quinta-feira, 12 de julho de 2012

O violinista Turíbio Santos, completa 50 anos de carreira


entrevista concedida a Sammartony Martins, de O Imparcial 

Violinista, ex-diretor do Museu Villa-Lobos, o maranhense Turíbio Santos, em entrevista a O Imparcial conversou sobre o legado de 50 anos de carreira, os álbuns lançados e um possível retorno a São Luís com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB).

Turíbio Santos defende que retomar o caminho de Villa-Lobos é essencial para nossa cultura quando o assunto é o ensino da música
Considerado um dos maiores violonistas brasileiros ainda vivo, o compositor maranhense Turíbio Santos está em turnê pelo Brasil comemorando seus 50 anos de carreira. O músico que está radicado Rio de Janeiro desde 1946, conquistou o mundo com a sua obra. Turíbio Santos é especialista e o maior intérprete da obra de Heitor Villa-Lobos. O violonista contribuiu decisivamente para o lançamento da música clássica brasileira no mercado europeu, ao gravar Doze estudos para violão, de autoria do maestro e compositor, Villa-Lobos. Turíbio Santos despertou sua paixão pelo violão ainda na infância. Acostumado a ouvir o pai e as irmãs, aos 12 anos de idade pediu a mãe para aprender o instrumento.

Na adolescência conheceu o universo do violão clássico e o da música popular com os amigos Jacob do Bandolim, Ismael Silva, Paulinho da Viola, Clementina de Jesus, Araci de Almeida, Dino 7 cordas, César Farias, Nicanor Teixeira, Elizeth Cardoso, Radamés Gnattali e Pixinguinha. Mas a grande virada da vida de Turíbio ocorreu quando ele conheceu Heitor Villa-Lobos em 1958, numa conferência do compositor na Escola de Canto Orfeônico, na Urca. A pedido de Hermínio Bello de Carvalho ele anota meticulosamente os detalhes da conferência, o que resultará no livro Villa-Lobos e o Violão editado anos mais tarde pelo Museu Villa-Lobos do qual ficou responsável como diretor por duas décadas.

Em entrevista a O Imparcial, Turíbio Santos conversou sobre sua trajetória como músico; seus projetos pessoais; a importância dos últimos trabalhos. Violão Sinfônico e sonhos e Ritmos; o futuro da música clássica no Brasil e antecipou detalhes da comemoração dos seus 50 anos de carreira em São Luís.

O Imparcial -Você morou por muito tempo no exterior onde estabeleceu uma carreira brilhante. Ainda se faz necessário hoje o artista sair do Brasil para fazer sucesso ou ser reconhecido?
Turíbio Santos – “Não é indispensável, mas sempre ajuda”.

Por mais de 20 anos você foi diretor do Museu Villa-Lobos e do Festival Villa-Lobos, no Rio de Janeiro. Quais são seus próximos projetos?
“Paz. E ajudar o museu através de sua Associação de Amigos e da Academia Brasileira de Música”.

Você lançou o álbum Violão sinfônico, no qual estão registradas, além da Suíte Concertante, duas obras de Sérgio Barboza e o Concerto e a Iniciação aos Choros para Violão e Orquestra, de Villa-Lobos. Qual a importância deste trabalho para a divulgação da música erudita? 
“Foi importante para a divulgação do repertorio do violão clássico com orquestra, pois incluiu três novos concertos: dois de Sergio Barboza e um de Edino Krieger, além da Introdução aos choros e do concerto de Villa-Lobos”

Sonhos e Ritmos foi gravado há dois anos com a Orquestra de Câmara de Mato Grosso. Fale um pouco sobre este trabalho. 
“Trabalho sincero com o violão e com minhas origens. A transcrição para violão e cordas foi feita por Leandro Carvalho. A obra de minha autoria tem seis movimentos: Forró, Sonhos, Carimbó, Samba-lamento,Valsa do Amanhecer e Frevo dos Aflitos. Esse disco, que tem a regência de Silvio Barbato, foi indicado para o Grammy Latino”

Você criou a Orquestra de Violões do Rio de Janeiro, a Orquestra Brasileira de Violões e é membro-fundador do Conseil D’Entraide Musicale, da Unesco. Qual a importância deste legado para a música brasileira?
“A difusão junto aos jovens e junto aos professores de música”

O ensino de música se tornou uma obrigatório nas escolas públicas brasileiras. Como você avalia este passo dentro da educação?
“Retomar o caminho de Villa-Lobos. Essencial para nossa cultura”.

Qual o futuro da música erudita no Brasil? 
“Está havendo renovação? Musica erudita? Música clássica, por favor! O futuro é excelente e só depende de nós!”

Você está comemorando seus 50 anos de carreira. Existe uma programação especial para celebrar a data?
“Vários concertos têm sido organizados, mas o que me toca mais será em São Luis com a Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) sob a regência de Leandro Carvalho.”

Como será essa apresentação?
“Com a OSB tocaremos meu concerto que foi uma encomenda original de Fernando Bicudo para comemorar obras no Teatro Arthur Azevedo.”

Seu primeiro concerto foi em 1962, em São Luís no Teatro Arthur Azevedo. Quando você iniciou seus estudos em música imaginava que um dia ia chegar tão longe?
“A gente só sabe o rumo da nossa vida quando ela esta perto do fim. No meu caso fiquei muito feliz com a trajetória.”

Quando foi a última vez que você esteve na cidade? Você preparou algo de especial para os 400 anos de São Luís?
“Tenho tocado sempre em São Luís, só e com meu querido amigo João Pedro Borges, grande violonista maranhense”.

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