Por Roberta Vilas Boas
Reuters
A energia que a Suzano Papel e
Celulose irá gerar com a planta de celulose no Maranhão, a ser inaugurada no
fim de 2013, deve mais que compensar a energia que a empresa obtinha com o
Consórcio de Capim Branco, segundo o presidente da Suzano Energias Renováveis.
A Suzano colocou toda a sua
participação em Capim Branco à venda para os demais integrantes do consórcio
pelo valor total de 320 milhões de reais, sendo que a Cemig já aceitou a
oferta. Também participam do consórcio a mineradora Vale e a Votorantim Metais.
"A gente investiu (no
Consórcio) visando garantir energia", explicou André Dorf à Reuters.
"Com a planta no Maranhão, vamos ter excedente de energia de 100
mega(watts) que vai ajudar a substituir os 50 mega (de Capim Branco)",
ressaltou.
A participação da Suzano no
Consórcio representa 81 MW de potência instalada e 51 MW médios de energia
assegurada de duas usinas hidrelétricas.
No setor de celulose, é comum que
as empresas utilizem a energia gerada no processo de produção do insumo para se
tornarem autossuficientes.
INTERESSE DE PARCEIROS
A Suzano deve obter a resposta
dos demais parceiros no Consórcio Capim Branco em aproximadamente 30 dias,
definindo assim a venda de sua participação total no projeto.
Segundo Dorf, por enquanto apenas
a empresa estatal de Minas Gerais aceitou a oferta da fabricante de papel e
celulose. A empresa de energia também demonstrou interesse em eventuais sobras.
"A gente comunicou os outros
consorciados que tínhamos o interesse de vender. Eles têm 30 dias para se
manifestar. O importante para nós é que a Cemig já assegurou que pega as
sobras", disse ele à Reuters.
A Cemig irá pagar 82 milhões de
reais por 25,6 por cento da participação total da Suzano. De acordo com Dorf, o
interesse da estatal no restante da fatia da Suzano já garante os 320 milhões
de reais.
A operação faz parte do pacote de
blindagem financeira da fabricante de papel e celulose, que inclui a venda de
ativos considerados não estratégicos.
Dorf evitou dar perspectivas
sobre o impacto que a venda terá no nível de alavancagem da empresa.
Para o banco Barclays, a operação
irá aumentar a posição de liquidez da Suzano, mas não implica em uma
desalavancagem significativa.
"Embora nós vemos o anúncio
como positivo para a Suzano, no geral o impacto é marginal... Com ajuste pelo
desinvestimento, nós estimamos que a dívida líquida sobre o Ebitda da Suzano em
2013 cairia para 6,1x, ante 6,2x", afirmaram analistas do banco, liderados
por Pedro Grimaldi, em relatório.
Às 16h56, a ação da Suzano
operava em alta de 5,6 por cento, a 7,41 reais, enquanto o Ibovespa subia 2,82
por cento.
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