quinta-feira, 31 de julho de 2014

Sanções econômicas vão estrangular a economia russa

Após muita hesitação, a União Européia (UE) chegou finalmente a um acordo para endurecer as sanções contra a Rússia, que agora entram na chamada “fase três”: sanções que atingem setores-chave da economia russa e que dão forma ao maior confronto entre o Ocidente e Moscou desde os tempos da Guerra Fria.

Primeiros visados: Os bancos. As instituições financeiras detidas majoritariamente pelo Estado russo deixam de poder financiar-se na Europa. Os bancos europeus param de comprar obrigações russas criando uma enorme dificuldade a Moscou para financiar a economia.
No setor da defesa, a UE impõe um embargo à venda de armas e de material que possa ter um uso duplo, militar e civil.
Na energia, os 28 colocam uma interdição à venda de tecnologias fundamentais para a perfuração e prospecção de petróleo, em particular a de exploração em águas profundas.
Por outro lado, as tecnologias ligadas ao gás – de que alguns países tanto necessitam – ficam, para já, fora do embargo.
A economia russa irá sentir o golpe, como afirma Henning Riecke, da Sociedade Alemã dos Negócios Estrangeiros:
“A Rússia tem necessidade das tecnologias ocidentais para se modernizar. É o que se passa com a indústria do armamento, mas também é um fator importante em todos os outros setores, em particular no da energia, nomeadamente com as tecnologias de prospecção em águas profundas, que também foram embargadas. Quando a cooperação parar, a Rússia irá sofrer um revés que não será fácil de compensar”.
A economia russa, que vale atualmente cerca de 1,5 bilhões de euros, já está a estagnar-se. Segundo o FMI, o PIB só irá crescer 0,2% em 2014 e a fuga de capitais da Rússia este ano já atinge 52 mil milhões de euros.

Mas a Europa também terá um preço a pagar para defender os seus valores, um custo de 0,3% do PIB, este ano, e de 0,4% em 2015, segundo o EU Observer.

A economia alemã também já começou a sentir os efeitos das sanções contra Moscou, afirma o deputado do SPD, Gernot Erler:
“Desde o início do ano, o volume de negócios com a Rússia sofreu um corte de 17%. Os analistas esperam perdas entre 4 e 6 mil milhões de euros no final do ano. São números impressionantes”.

Em 2013, a União Européia exportou 207 mil milhões de euros para a Rússia e importou 120 mil milhões, segundo os dados da Comissão Européia. Em 2014, estes valores vão seguramente cair. Com euronews
Em TemPO:
Embora a União Européia também sofra com as sanções impostas à Rússia, por tratar-se de um grande parceiro comercial, o mundo ocidental precisa impor limites à política expansionista da Federação Russa, que se nada for feito nesse sentido vai se sentir estimulada a reconquistar o que esse país euorasiático perdeu com o fim da União Soviética. (Dom Severino)

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