segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Aécio que se cuide

Editoral escrito por Mino Carta

Está claro, apesar das esperanças de alguns escribas, que Marina Silva, por ora, ameaça em primeiro lugar a candidatura tucana

Há quem afirme que Marina Silva, ao adentrar a liça eleitoral, prejudica a candidatura à reeleição da presidenta Dilma. Às vezes, esperanças desbragadas obnubilam a razão. Transparece que veem na recém-chegada, lembrados da expressiva votação obtida por ela em 2010, um obstáculo maior à permanência no poder do odiado PT do que aquele representado por Aécio Neves.

Algo está claro: Marina em lugar de Eduardo Campos cria um quadro novo, mas ainda é cedo para uma definição categórica. Os primeiros sinais da novidade indicam que quem haveria de se precaver contra surpresas desagradáveis é o candidato tucano. Diga-se que Marina já anunciou a decisão de não participar das campanhas de Geraldo Alckmin, Beto Richa e Paulo Bauer, como se as relações com o PSDB tivessem azedado de vez.

Vale renovar agora o apoio de CartaCapital à candidatura da presidenta que aos nossos olhos apresenta condições de dar prosseguimento às políticas sociais inauguradas por Lula e confirmadas no primeiro mandato, e as linhas mestras de uma política exterior independente das vontades de Washington. Quanto a Marina, é preciso reconhecer que ela não é Eduardo Campos.

Talvez capaz de conseguir uma votação mais dilatada do que aquela do candidato tragicamente desaparecido, nem por isso o supera em carisma e nitidez de ideias e propósitos. Figura digna, porém confusa, amiúde equivocada e envolvida em questões de fé que prejudicam a razão, como se dá com aqueles que já a enxergam sentada no trono. Ouso definí-la como de tendência milenarista.

Marina me causa algumas perplexidades e mesmo dúvidas. Primeiro, em relação aos recursos que irrigam sua campanha. Segundo, com respeito a alguns personagens que a secundam. No que tange às contribuições, nem tudo é tão transparente assim, os florins, fartos segundo consta, saem de bolsos francamente conservadores. E quais são os senhores que a orientam em matéria de Economia? Eduardo Gianetti da Fonseca e André Lara Rezende, conhecidos por sua tendência a deixar as coisas como estão para ver como ficam.

Dizia um caro companheiro que, no caso de Lara Rezende, nada mudará, isto é certo com qualquer resultado das eleições, no transporte a jato dos seus cavalos para sair a galope em parques londrinos ou nos relvados de sua quinta portuguesa. Quem pode pode, e tanto mais pode se participou com destaque da privatização das comunicações à sombra de Fernando Henrique Cardoso.

Com tal retaguarda, Marina terá o apoio redobrado da mídia nativa, sobretudo a se confirmarem os números por ora positivos das pesquisas. E como resistir à sedução da retórica dos barões midiáticos e dos seus sabujos? Não creio que Marina saberá deixar de ser tragada pelo verbo dos escribas, dos apresentadores, dos locutores e de quantos mais pretendem transformar opiniões em verdade sacrossanta e de recorrer à fantasia, à omissão, quando não à mentira. conteúdo: revista Carta Capital

Em TemPO:

O candidato do PSDB Aécio Neves está sendo abandonado pelos representantes do PIB Nacional, que com ascensão de Marina Silva à condição de candidata do PSB em substituição de Eduardo Campos, desaparecido tragicamente num acidente aéreo, com mais chance do que o tucano Aécio Neves que empacou em 20% e na consegue crescer nas pesquisas de intenções de votos. Marina Silva que está sendo assessorada pelos economistas Eduardo Gianetti da Fonseca, André Lara Resende e Neca, uma das herdeiras do banco ITAU. A propósito: Marina Silva é muito próxima do empresariado brasileiro. Ela que teve como vice em 2010, o dono da Natura. Aécio Neves para poder alimentar  o sonho de disputar o segundo turno com Dilma, vai ter que desconstruir Marina Silva. Começar pelo uso do avião fantasma é um bom começo.

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