domingo, 16 de novembro de 2014

É o negócio, estúpido!

por Tomazia Arouche

No Brasil, tudo gira em torno do business. O escândalo da Petrobras que se transformou no terceiro turno da eleição presidencial é apenas a ponta de um iceberg de falcatruas no ambiente do governo federal e que envolve as grandes, pequenas e médias empreiteiras do país e os responsáveis pelos grandes negócios dos governos municipais, estaduais e federal. Não é à toa que as secretarias de infraestrutura, minas e energia, saúde e educação são indicações da cota pessoal do chefe do Poder Executivo, porque, essas áreas do governo são tidas como verdadeiras minas de ouro. No estado do Piauí, por exemplo, nos três últimos governos, os secretários das áreas de saúde, educação e infraestrutura ou são parentes do governador, do prefeito ou pessoas da mais estrita confiança dos governantes. Esses secretários são considerados os 'operadores' do governo.

O presidente Fernando Henrique Cardoso que hoje se arvora de paladino da moral, da honra e da ética, conseguiu um segundo mandato, segundo a grande imprensa brasileira noticiou na época, comprando o instituto da reeleição. As privatizações feitas a ‘toque de caixa’ e com financiamentos do BNDES se tivessem sido submetidas a uma auditoria, o Brasil hoje estaria livre do câncer da sociedade brasileira que é a corrupção. Até onde eu sei, em todo grande negócio da privataria tucana existia um consórcio encabeçado por grandes empreiteiras.

As grandes empreiteiras que estão envolvidas no escândalo da Petrobras têm no mínimo 30 anos de existência e como disse a presidenta Dilma Rousseff na Europa, a corrupção o Brasil vem de longe.

O jornalista Paulo Francis, segundo seus amigos e pessoas próximas, morreu  de uma depressão provocada por um processo movido contra ele num dos governos de FHC, após ele ter denunciado um esquema de roubo na Petrobras.

Durante o governo do presidente Itamar Franco o Brasil foi surpreendido com o rumoroso caso dos Anões do Orçamento. Anões do Orçamento foi o nome pelo qual ficou conhecido um grupo de congressistas brasileiros que no final dos anos 80 e início dos anos 90 se envolveram em fraudes com recursos do Orçamento da União até serem descobertos e investigados, em 1993, perante uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de grande repercussão. A denominação de "anões" deveu-se ao fato de que os principais envolvidos no caso eram deputados sem grande repercussão nacional, ou seja, "anões de poder" no Congresso Nacional.

Se os anões eram políticos de pouca expressão nacional e fizeram o que fizeram, podemos concluir que uma roubalheira muito maior era praticada pelos políticos de grande influência junto ao governo.

No Brasil a história se repete como fraude. A corrupção no Brasil é cultural. A propósito: no Brasil nenhum político faz política por ideologia, para defender os interesses da população, mas, para fazer negócios do seu interesse pessoal ou dos seus financiadores de camapnha. 

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