quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Todo corrupto é ladrão, mas nem todo ladrão é corrupto

Eu costumo dizer que o corrupto é mais nocivo para a sociedade do que o simples ladrão; do ladrão famélico, do ladrão que rouba para matar a sua fome e a fome dos seus dependentes, enquanto que o corrupto surrupia um bem público para satisfazer muitas das vezes uma vaidade pessoal e o seu ato acaba provocando crimes em cadeia, por exemplo, quando o dinheiro destinado à construção de um hospital é desviado e o hospital não é construído e como conseqüência muitas pessoas perdem a vida por falta de atendimento médico e hospitalar. A diferença fundamental entre um e outro é que o primeiro pratica crimes no atacado, enquanto o segundo pratica crimes no varejo.

A corrupção brasileira é fruto de um processo cultural, ao passo que o crime comum é uma conseqüência da necessidade de parte da população que sobrevive a duras penas, sem moradia digna, sem nenhum tipo de assistência social e sem formação profissional.

As estatísticas mostram que 90% dos presidiários brasileiros são pobres, negros, sem estudo e sem uma profissão que lhes permita viver dignamente.

O segundo caso pode ser reduzido a níveis suportáveis, através de políticas publicas, como o programa Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico (PRONATEC). Já o primeiro caso, só será reduzido com a aplicação de leis rigorosas, que acabem com a impunidade.

Em tempo: os mensaleiros que assaltaram o país receberam penas suaves e a maioria cumpre pena em casa. Coisas do Brasil.  

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