terça-feira, 29 de março de 2016

O PGR Rodrigo Janot não é uma pessoa ingrata


O Procurador-Geral da República (PGR) Rodrigo Janot, que foi acusado publicamente pelo ex-presidente da república Luís Inácio Lula da Silva de ser uma pessoa ingrata, porque na hora mais necessária não atendeu aos apelos de quem lhe ajudou a ocupar esse importante cargo, voltou atrás e contrariando uma decisão do ministro do STF Gilmar Mendes recomendou ao STF a nomeação de Lula para ministro Chefe da Casa Civil.

Em parecer enviado ao STF, o PGR Rodrigo Janot opinou por manter as investigações sobre o petista até a data de sua posse, no último dia 17, sob a supervisão do juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal.

Em outra parte da recomendação ao STF, Janto reconheceu o poder da presidente para escolher seus ministros, sobretudo na Casa Civil. Para Janot, deve-se validar a nomeação “para evitar maiores danos à atuação governamental, uma vez que a pasta ministerial se encontra desprovida de seu titular, em momento de conhecida e profunda turbulência política e econômica que o país atravessa”.

Essa recomendação do PGR Rodrigo Janot feita ao STF para a nomeação de Lula seja aceita é um gesto puramente de gratidão, porque ele justifica sua decisão, dizendo que ela evita danos maiores à atuação governamental. Isso quer dizer que Janot optou por recomendar a nomeação de Lula, por uma decisão lastreada na lei, mas, para tentar garantir a governabilidade do governo Dilma Rousseff. 
Essa atitude de Rodrigo Janot é compreensível, porque nós os brasileiros somos pessoas românticas e eternamente gratas a quem nos faz um mimo, uma condescendência caridosa, um gesto carinhoso.

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