A privatização da antiga Malha Ferroviária do Nordeste
significou o fim do serviço ferroviário nos Estados de Pernambuco, Paraíba e
Rio Grande do Norte. A malha existente foi reduzida a 26% do que era em 1997,
quando passou para a iniciativa privada. Na época, eram 4.679 quilômetros de
ferrovias, que iam de Propriá, em Sergipe, até a cidade de São Luís, capital do
Maranhão. Interligava as capitais de oito Estados, com ramais que passavam por
uma parte significativa do interior, incluindo as cidades de Missão Velha (CE),
na região do Cariri, e Salgueiro (PE), a 514 km do Recife. Hoje, só funcionam,
regularmente, 1,2 mil quilômetros, no Ceará, Piauí e Maranhão, que levam cargas
aos portos de Itaqui (MA) e de Mucuripe (CE).
Na privatização, foram estabelecidas metas de aumento do
transporte de carga e de redução de acidentes para a exploração do serviço
ferroviário. Mas por que os trens foram desaparecendo? Dona da concessão da
antiga Malha Nordeste, a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) não respondeu
aos questionamentos da reportagem do JC. A Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT), que fiscaliza a concessão, se limitou a dizer,
por e-mail, que a concessionária não cumpriu as metas de transporte de carga
acordadas no período de 2009 a 2013 acrescentando que a empresa foi “penalizada”
pelo descumprimento dessas obrigações.
Para os anos de 2014 e 2015, a ANTT fixou metas somente nos
1,2 mil km em operação. No ano passado, a empresa movimentou, nesses trechos,
564,3 milhões de Toneladas por Quilômetro Útil (TKU, unidade internacional que
retira o peso do vagão da quantidade transportada). “É pouco. Antes da
privatização, a Malha Nordeste chegou a movimentar 1,2 bilhão de TKU”, afirma o
professor de logística do Departamento de Engenharia da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, ex-superintendente da Rede Ferroviária
Federal (Rffsa), então uma estatal.
Em
Tempo:
O trecho da Ferrovia Transnordestina que liga São Luís a
Teresina está sem manutenção, as locomotivas caindo aos pedaços e as estações
estão sendo transformadas em centros culturais e recreativos, quando não
abandonadas. Com blog Maranhão Maravilha
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