Em uma
das minhas andanças por nossa cidade, mais especificamente em um dos bairros da
nossa periferia, deparei-me com um senhor sentado à porta da sua casa, numa
daquelas cadeiras de espaguete, com o olhar perdido, parecia ele, refletir
sobre a vida.
Já era
final de tarde, parei a moto, aproximei-me dele e o cumprimentei educadamente e
ele me ofereceu assento. Começamos a conversar. Conversa vai, conversa vem,
tocamos no assunto política que, hoje, é o mais debatido no nosso meio.
Inicialmente,
começamos a falar sobre a política a nível nacional, ele de pronto comentou que
achava uma injustiça o que estavam fazendo com Dilma e Lula. Segundo ele, foram
os únicos governantes que deram uma atenção especial aos mais carentes. Disse
ele, “Antes do Lula ser presidente, pobre não tinha vez.”
Partimos
então para a política local, foi aí que me surpreendi com as sábias palavras
daquele senhor de semblante sofrido e a pele enrugada pelo passar dos anos.
Conforme me disse, não tinha estudo, a escola dele fora a vida. Vida essa a
qual é comum a maioria do nosso povo.
Falamos
então sobre os candidatos que estão a disputar o pleito eleitoral em nossa
cidade. Citei um a um, nome por nome. A resposta dele foi que desses só
conhecia dois. Um era o atual prefeito Avelar e, o outro era a vereadora
Elizete.
Reforcei
a pergunta sobre os outros dois. Ele novamente alegou desconhecer, apesar de
segundo ele já ter visto uma candidata no distrito da Lagoa da fora. “Essa eu
vi, conhecer não conheço.” Daí lhe perguntei o que ele tinha achado dela, foi
aí que recebi a resposta que me surpreendeu.
Ele
disse: “meu filho ela pra mim se veste para enganar.” Eu mesmo tendo entendido
o que disse, pedi a ele que me explicasse a sua opinião: Sem pestanejar ele me
explicou: “Eu tenho 35 anos que moro nesse bairro, quando construí essa casa,
aqui era só o mato. Hoje aqui tem tudo, água, energia e calçamento. Eu conheço
bem quem é daqui e quem não é. Sei ao longo dos meus 67 anos o que é política.
Sei também quem são aqueles que só aparecem na casa do pobre para pedir voto.
Por isso eu estou lhe falando.
Nunca vi
ela andar por esses lados, é a primeira vez. Só de olhar no olho da pessoa eu
já sei quem ela é. E pra mim, ela só está encostando nos pobres por que está
querendo voto. “
Sem mais
demora eu me despedi e, trouxe comigo essa lição: O povo não é bobo, não tem
maquiagem que consiga enganar aqueles que realmente conhecem nossa cidade.
Obrigado
seu Alberto, o senhor deixou uma lição, não só para mim, mas, para todos os
sanraimundenses.
Vestido
para enganar na opinião desse senhor aparentemente humilde e de poucas letras é
uma jogada de puro marketing político,
onde o marqueteiro despe o seu produto da roupa
de grife e a veste com uma nova roupa simples, para que o candidato(a) em
questão, aparente ser uma pessoa do povo, uma pessoa humilde; o que uma pessoa
que ascendeu socialmente dificilmente consegue. Geralmente o marqueteiro opta
por vestir o seu candidato ou sua cliente com uma calça jeans e tênis surrado. Só que a
calça é da marca Diesel e o tênis Nike SB Flom Dunk High
por Evandro
Júnior
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