O que deveria ser permanente, tem um espírito provisório.
Estou me referindo ao dia de Natal, um dia em que as pessoas procuram praticar a
compaixão, a solidariedade e a piedade, mas que passado esse dia, elas voltam
a ser pessoas egoístas, pouco ou nada solidárias, sem compaixão e vivendo no
seu mundinho particular.
No dia de Natal tudo é festa, e como sabemos, qualquer
festa tem um caráter provisório, transitório e de reunião para celebração, demonstração
de afeto, alegria e regozijo. Algo programado, o que tira a espontaneidade do
ato e do afeto.
Muitas pessoas que tiverem acesso a este meu texto, certamente
me tomarão por uma pessoa mal resolvida, incapaz de demonstrar afeto e
compaixão. Talvez eu seja uma pessoa desprovida dessas virtudes todas, mas,
confesso que não cultivo a hipocrisia e não faço nenhum esforço para ser visto
e agradável aos olhos daqueles que valorizam a falsa aparência.
Para mim, o espírito do Natal eu procuro praticar todos os
dias, sempre que possível, é claro. Ocorre que existem dias em minha vida que eu
não consigo ser tolerante e compassivo para com o outro. Nesses dias eu sou uma
pessoa egoísta, de maus bofes e pouco receptivo e sensível. Como todo ser dual,
um dia eu sou uma pessoa acolhedora, sensível, tolerante, compassiva e
solidária, no outro dia eu me apresento de maneira diametralmente oposta.
Eu sou um ser duplo. Uma pessoa sincera, espontânea e
intolerante para com os hipócritas e fingidos. (DS)
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