terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A esquerda brasileira divorciou-se das camadas mais pobres


“O problema da esquerda brasileira, começando pelo PT, que constituía sua espinha dorsal, é, de fato, que acabou se aristocratizando, transformando-se no refúgio da classe média alta, dos artistas e intelectuais”. (Juan Arias)

A esquerda vive uma grave crise em todo o mundo. Uma crise que começou com o desencanto do trabalhador desqualificado, o trabalhador desempregado e os jovens que pretendem se inserir no mercado de trabalho.

A esquerda no Brasil representada pelo Partido dos Trabalhadores (PT) ao perder sua capacidade de diálogo com os pobres decepcionados com o sistema, abriu espaço para o crescimento da direita, para as igrejas evangélicas e o crime organizado. Isso explica as vitórias de candidatos conservadores (direita) e evangélicos neopentecostais.

O PT que alimentou nos pobres e nos excluídos a esperança da redenção - ao entronizar-se no poder, mudou de lado. Sobre isso se manifestou recentemente o sociólogo José de Souza Martins que disse o seguinte: “O PT poderia ter sido o canal de expressão daquela parcela da população que a história condena ao silêncio”. Poderia ter sido e não foi. Hoje o PT é um partido muito mais identificado com as elites, porque acabou se elitizando-se, transformando-se no refúgio da classe média alta, dos artistas e intelectuais.  

A esquerda brasileira representada pelos partidos PT, PSB, PCdoB e PDT no poder passou a ter um comportamento semelhante aos partidos conservadores e por conseguinte de direita.

Por Joachim Arouche



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