segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Sem UTI, mas com carnaval

Mais importante do que a saúde é a folia para o povo brasileiro. E isso fica mais evidente no Brasil profundo e nos grotões, leia-se, no interior das regiões Norte e Nordeste.

O município piauiense de São Raimundo Nonato, localizado a 576 km da capital do estado, Teresina, dispõe há mais de 40 anos de um hospital regional, que em tese foi criado para atender a microrregião homônima de São Raimundo Nonato, integrada por 17 municípios e com uma clientela de mais de 200 mil habitantes.

Um hospital como esse, pela sua importância, haja vista, ficar distante da capital e ter uma grande clientela, deveria pelo menos dispor de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e um corpo clínico razoável. Por razoável, entenda-se, profissionais com especialização e que anualmente passem por uma reciclagem. Não existe UTI no Hospital Regional Senador Cândido Ferraz.

Costuma-se dizer em São Raimundo Nonato, à guisa de protesto, que o melhor hospital deste município e região é a ambulância que transporta doentes, muitos deles sem muita gravidade, para os hospitais de Teresina.

Recentemente aconteceram dois casos que merecem registro: um caso foi de um garoto de menos de 10 anos que passou mal e foi diagnosticado como estando sofrendo de apendicite. O segundo caso, o de uma garota entre 10 e 12 anos que foi diagnosticada com um colapso nervoso e que depois de fazer uma tomografia particular, ficou provado que o primeiro diagnostico estava errado. Ambos os pacientes foram removidos para Teresina.    

Desnecessário dizer que um hospital regional que não conta com uma UTI é um caso sério. Agora o que mais incomoda o sãoraimundense é o fato de que o lazer e o entretenimento são eleitos como prioridades pelos nossos governantes.

Comenta-se neste município que o governo estadual vai liberar uma emenda para cada deputado no valor de R$ 50 mil reais para a realização da festa de Momo nas suas respectivas áreas de atuação.

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