Mais importante do que a saúde é a folia para o povo
brasileiro. E isso fica mais evidente no Brasil profundo e nos grotões,
leia-se, no interior das regiões Norte e Nordeste.
O município piauiense de São Raimundo Nonato, localizado a
576 km da capital do estado, Teresina, dispõe há mais de 40 anos de um hospital
regional, que em tese foi criado para atender a microrregião homônima de São
Raimundo Nonato, integrada por 17 municípios e com uma clientela de mais de 200
mil habitantes.
Um hospital como esse, pela sua importância, haja vista,
ficar distante da capital e ter uma grande clientela, deveria pelo menos dispor
de uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e um corpo clínico razoável. Por
razoável, entenda-se, profissionais com especialização e que anualmente passem
por uma reciclagem. Não existe UTI no Hospital Regional Senador Cândido Ferraz.
Costuma-se dizer em São Raimundo Nonato, à guisa de
protesto, que o melhor hospital deste município e região é a ambulância que transporta
doentes, muitos deles sem muita gravidade, para os hospitais de Teresina.
Recentemente aconteceram dois casos que merecem registro:
um caso foi de um garoto de menos de 10 anos que passou mal e foi diagnosticado
como estando sofrendo de apendicite. O segundo caso, o de uma garota entre 10 e
12 anos que foi diagnosticada com um colapso nervoso e que depois de fazer uma
tomografia particular, ficou provado que o primeiro diagnostico estava errado.
Ambos os pacientes foram removidos para Teresina.
Desnecessário dizer que um hospital regional que não conta
com uma UTI é um caso sério. Agora o que mais incomoda o sãoraimundense é o
fato de que o lazer e o entretenimento são eleitos como prioridades pelos
nossos governantes.
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