Ao longo de pouco mais de duas horas de um frente a frente agressivo, o liberal Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen, defenderam visões antagônicas sobre temas como a economia, o terrorismo, a educação e a Europa.
Le Pen jogou ao ataque, acusando o adversário de ser o “herdeiro” do presidente Hollande e o representante da “globalização selvagem”, o “homem das elites” e o “candidato que tudo compra e tudo quer vender”.
Macron, mais calmo, aproveitou para desmontar as propostas
de Le Pen, da ambiguidade quanto à saída do euro, ao seu plano de luta contra o
terrorismo, considerado “ridículo e irreal” pelo candidato liberal.
Mais calmo, o adversário liberal não poupou ironia:
“Isso vai assustar os que se querem fazer explodir, a retirada da nacionalidade é um debate do passado, defendido pelo presidente. É algo que não resolve o problema. Não, eu não vou ficar à espera que aconteça um atentado, simplesmente alguém que tenha esse projeto não vai voltar atrás só porque corre o risco de perder a nacionalidade”, retorquiu Macron.
Outro ponto alto do debate, foi o momento em que Le Pen foi confrontada por Macron sobre o seu projeto de manter duas moedas paralelas, depois de ter revisto o seu plano de saída do euro.
“O euro é a moeda dos banqueiros, mas não é a moeda do povo. É a razão pela qual é necessário sair dessa moeda”, defendeu Le Pen.
Macron fustiga a “sacerdotisa do medo”
“Eu sou contra tudo o que disse a senhora Le Pen. O grande
medo que a manipula desde o início, é a senhora, que joga com o medo dos nossos
concidadãos, sobre o terrorismo, etc. É a senhora o grande medo, a grande
sacerdotisa do medo, aqui à minha frente”
Gesticulação e ataques verbais
O debate, eletrizante, mais na forma que no conteúdo, decorreu a quatro dias do segundo turno da eleição presidencial, ameaçada por uma abstenção que poderá favorecer a candidata de extrema-direita.
Segundo uma sondagem publicada após o debate, Macron foi considerado mais convincente por 63% dos inquiridos, face a 34% dos simpatizantes de Le Pen.
Esse debate a seis semanas das eleições legislativas de Junho, quando uma sondagem publicada esta quarta-feira aponta já para a possibilidade do novo partido de Macron poder estrear no parlamento com um resultado próximo da maioria absoluta. Com euronews
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