"Chegamos ao limite da nossa
irresponsabilidade."
Diálogo gravado
por arapongas em conversa telefônica reservada. A advertência foi feita em 1998
pelo ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio ao ex-ministro das
Comunicações Luís Carlos Mendonça de Barros. Os dois combinavam a participação
dos fundos de pensão de estatais na privatização da Telebrás. Fundos também
usados na compra da então Companhia Vale do Rio Doce, um ano antes. Incansavelmente reprovada
pelo PT, a frase era reveladora de como gestores públicos acertam nos
bastidores o manejo de dinheiro para alcançar um objetivo. No caso, o objetivo
era privatizar a Telebras.
Dezessete
anos depois, a história se repete com o presidente recebendo em sua residência,
para uma conversa informal, um empresário que está sendo investigado pela
Operação Lava Jato e que pelo teor dessa conversa, tudo sugere que o presidente
da república Michel Temer, concorda com as bazófias, desfaçatez e a sem
cerimônia do empresário Joesley Batista, que narra sem nenhum constrangimento
ao presidente, as suas investidas contra a Operação Lava Jato e a compra do
silêncio de Eduardo Cunha - que está preso em Curitiba e que vinha sinalizando
no sentido de apelar para o benefício da delação premiada e que de uma hora
para outra se fez de morto e deixou de fazer ameaças ao presidente.
O
presidente ao ouvir o empresário Joesley Batista na residência oficial do
presidente da república, cometeu o crime de prevaricação por ouvir da boa de
uma pessoa investigada, sobre crimes praticados contra autoridades
governamentais e silenciou, o que o torna cúmplice desse empresário, que está
sendo investigado pela Operação Lava e que já teve sua delação premiada
homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O
presidente Temer, que na ânsia de salvar-se de um impeachment ou da
cassação pelo TSE da chapa pela qual foi eleito em 2014, anda apelando para
todo tipo de atitudes que não condizem com as atitudes de um presidente da
república, como por exemplo, apelar para o toma lá dá cá costumeiro em nosso
país. O que se costuma chamar de práticas nada republicanas.
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