terça-feira, 23 de maio de 2017

“O limite da irresponsabilidade”


"Chegamos ao limite da nossa irresponsabilidade."
Diálogo gravado por arapongas em conversa telefônica reservada. A advertência foi feita em 1998 pelo ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio ao ex-ministro das Comunicações Luís Carlos Mendonça de Barros. Os dois combinavam a participação dos fundos de pensão de estatais na privatização da Telebrás. Fundos também usados na compra da então Companhia Vale do Rio Doce, um ano antes. Incansavelmente reprovada pelo PT, a frase era reveladora de como gestores públicos acertam nos bastidores o manejo de dinheiro para alcançar um objetivo. No caso, o objetivo era privatizar a Telebras.

Dezessete anos depois, a história se repete com o presidente recebendo em sua residência, para uma conversa informal, um empresário que está sendo investigado pela Operação Lava Jato e que pelo teor dessa conversa, tudo sugere que o presidente da república Michel Temer, concorda com as bazófias, desfaçatez e a sem cerimônia do empresário Joesley Batista, que narra sem nenhum constrangimento ao presidente, as suas investidas contra a Operação Lava Jato e a compra do silêncio de Eduardo Cunha - que está preso em Curitiba e que vinha sinalizando no sentido de apelar para o benefício da delação premiada e que de uma hora para outra se fez de morto e deixou de fazer ameaças ao presidente.  

O presidente ao ouvir o empresário Joesley Batista na residência oficial do presidente da república, cometeu o crime de prevaricação por ouvir da boa de uma pessoa investigada, sobre crimes praticados contra autoridades governamentais e silenciou, o que o torna cúmplice desse empresário, que está sendo investigado pela Operação Lava e que já teve sua delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 

O presidente Temer, que na ânsia de salvar-se de um impeachment ou da cassação pelo TSE da chapa pela qual foi eleito em 2014, anda apelando para todo tipo de atitudes que não condizem com as atitudes de um presidente da república, como por exemplo, apelar para o toma lá dá cá costumeiro em nosso país. O que se costuma chamar de práticas nada republicanas.

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