O
Presidente da República Portuguesa manifestou-se esta segunda-feira “feliz” com
os números divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE), mas pediu
que “não se embandeire em arco” e se mantenha o valor ao longo do ano para que Portugal
possa crescer “claramente acima dos 2%”, como deseja o chefe de Estado.
“Não
embandeirar em arco, significa ficar feliz, para não dizer mesmo bastante
feliz, e tentar manter este ritmo ou um ritmo próximo no resto do ano”, afirmou
Marcelo Rebelo de Sousa, questionado pelos jornalistas, no final de uma
aula-debate no Liceu Camões sobre Álvaro Cunhal, em Lisboa.
O chefe
de Estado sublinhou que “se se mantiver” o ritmo de crescimento da economia —
segundo o INE, 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano
passado e 1% comparando com o trimestre anterior — poderá atingir-se o valor a
que apelou: “Um crescimento claramente acima dos 2%”.
“Vamos
ver se se mantém, se se mantiver pode dar um número histórico”, afirmou,
escusando-se a pronunciar se o Governo poderá rever em alta a sua previsão de
crescimento para este ano.
“É uma
decisão do governo, não me pronuncio. Permite esperar, se se mantiver, um valor
muito positivo para este ano, mas é preciso que se mantenha para se atingir
aquilo que é fundamental que é um crescimento acima de 2%”, disse.
Marcelo
Rebelo de Sousa destacou o crescimento de 1% em relação ao trimestre anterior
porque “é a comparação imediata que importa”, e classificou como positivo o
aumento das exportações.
A modernização da agricultura tem dado bons resultados. São contribuições
como esta que permitiram o crescimento do PIB conhecido hoje.
“Porque é
que é importante? Porque corresponde a um trimestre em que o turismo por
natureza não é muito forte, é um efeito de exportações muito mais vasto”,
salientou.
Com o
verão à porta e o turismo em Portugal a “surfar” uma onda muito positiva, o
chefe de Estado apontou ainda que se registou uma desaceleração relativa do
consumo interno e uma “ligeira desaceleração do investimento – que cresce, mas
desacelera em relação ao trimestre anterior”. “Há aqui sobretudo um esforço das
exportações”, destacou.
A
economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo
período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 1%,
segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo
com a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais relativas aos
primeiros três meses deste ano, divulgadas hoje pelo INE, o Produto Interno
Bruto (PIB) aumentou 2,8% em volume no 1.º trimestre de 2017, em termos
homólogos, depois de no trimestre anterior ter registado uma variação homóloga
de 2%.
Este
desempenho trimestral homólogo é, assim, o mais positivo dos últimos 10 anos,
já que iguala o crescimento verificado no último trimestre de 2007, período em
que a economia portuguesa cresceu também 2,8%.
Crescimento econômico iguala o valor mais elevado do século
O INE
indica que, quanto à variação semelhante, “esta aceleração resultou da maior
contribuição da procura externa líquida, que passou de negativo para positivo”,
traduzindo o aumento mais acentuado das exportações do que o das importações,
ao passo que a procura interna “manteve uma contribuição positiva elevada,
embora inferior ao do trimestre precedente”, registando-se uma “desaceleração
do consumo privado e uma aceleração do investimento”.
O Governo
espera um crescimento do PIB de 2,8% este ano. Com Euronews
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