sábado, 3 de junho de 2017

A Ópera da Insensibilidade



O anuncio da criação e realização de uma Ópera no município de São Raimundo Nonato, prevista para o mês de julho deste ano, sob o patrocínio do governo do estado do Piauí e da prefeitura deste município, está sendo visto pelos sãoraimundenses, como uma insensatez, um escárnio, um deboche e até como uma vaidade, pois não se admite que em plena crise de abastecimento de água, esses dois governos deixem de priorizar a solução desse grave problema, para se dedicarem à realização de um evento que sequer contempla a valorização da cultura piauiense, uma vez que esse tipo de arte, não guarda nenhuma identidade com a nossa cultura.  A cultura operística que é própria do continente europeu.

Em outro momento, esse evento talvez fosse recebido sem críticas e até fosse aplaudido, mas, num momento como este em que a água que nos é servida pela Empresa de Água e Esgoto do Piauí S/A (AGESPISA) está sendo racionada e se apresenta com uma coloração amarelada e até com fedor, a realização desse espetáculo beira a insensatez, a insensibilidade e à falta de respeito para com uma população que há mais de cinco anos vem sofrendo os rigores de uma seca impiedosa e inclemente.

Como se não bastasse só a insensibilidade dos nossos governantes para com um problema de extrema gravidade como esse, a falta de água, um fato se impõe, que é o desprestígio por parte dos realizadores desse evento dos maiores nomes das nossas artes, como por exemplo, os humoristas João Claudio Moreno, Dirceu Andrade, Amauri Jucá, a banda Valeduaté, o bailarino Marcelo Evelin e a nova cara do humor piauiense, Whindersson Nunes. Um verdadeiro fenômeno do universo online.

Agora pasmem! O diretor dessa ópera é um carnavalesco fluminense e o seu auxiliar é o consagrado diretor de teatro piauiense, Arimatã Martins. É f...! Viva o nosso complexo de cachorro vira-latas!

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