terça-feira, 4 de julho de 2017

É a política, estúpido!



O que está em jogo neste momento no país, não é a economia, mas o resgate de valores morais e éticos que os políticos brasileiros sapateiam em cima.

Antes que resolvamos o imbróglio político, tudo resultará inútil, porque a questão política antecede à questão econômica.

Resolver a questão econômica, passa necessariamente por uma profunda reforma política, uma vez que o nosso atual modelo político, manieta o governo que para não ter os seus movimentos tolhidos, apela para um argumento que todos os políticos entendem: o toma lá dá cá. O que acaba por transformar o Palácio do Planalto num verdadeiro balcão de negócios. Nem mesmo o presidente Temer que é um cardeal do PMDB, conseguiu obter o apoio do seu partido, sem trocar cargos por votos no Congresso Nacional.      

O governo de plantão, para conseguir o mínimo de apoio, tem que ceder às exigências dos partidos que formam a base de sustentação do governo. Isso quer dizer que sem a troca de favores, o governo não consegue aprovar nenhum projeto do seu interesse.

A reforma política que o país entende como sendo necessária e urgente - deve começar pelo fim das coligações proporcionais. O fim das coligações proporcionais é uma forma de diminuir a fragmentação partidária no Brasil. Um dos motivos por que a fragmentação partidária é prejudicial é que ela dificulta a formação de maiorias no Legislativo

Isso força o governo a negociar com mais grupos partidários, aumentando o custo de formar coalizões. Em troca de apoio, o Executivo precisa oferecer cargos no alto escalão em ministérios, empresas públicas e outros órgãos importantes (indicações políticas, que podem prejudicar o desempenho da administração pública). E isso também abre espaço para mais corrupção. Esse fenômeno é também chamado de fisiologismo.

A reforma política, insisto, tem que vir antes do que as reformas trabalhista, tributária e previdenciária, por ser ela a mais importante de todas. A mãe de todas as reformas.

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