Quem em sã consciência poderia imaginar que cardeais da política
brasileira, como os senadores Romero Jucá, Eunício de Oliveira, Lindbergh
Farias, Romário Farias, Edson Lobão, Benedito de Lira, Cássio Cunha Lima,
Vanessa Grazziotin, Ricardo Ferraço, Waldemir Moka, Flexa Ribeiro, Roberto
Requião, Eduardo Lopes, Garibaldi Filho, Ângela Portela, Paulo Bauer, Ataídes
Oliveira, Vicentinho, Jorge Viana, Cristovam Buarque, Magno Malta e Waldir
Raupp não conseguiriam reeleger-se? Isso para ficar só nos mais ladinos.
"Surpreendente" é a palavra que melhor descreve essas eleições
para o Senado. Das 54 vagas em disputa neste ano, 46 vão ser ocupadas por novos
nomes. Uma renovação de mais de 85%. Veja como ficou a nova composição da Casa.
Os senadores Aécio Neves (MG) e Gleisi Hoffman só conseguiram sobreviver
na política, porque apelaram para um recuo estratégico, ou seja, desistiram de
buscar suas reeleições e partiram para um mandato de deputado federal, o que se
revelou uma decisão acertada, porque lograram êxito na disputa por uma vaga na
Câmara Federal, o que fatalmente não conseguiriam no Senado, como aconteceu com
os seus companheiros derrotados.
Esse verdadeiro turbilhão que aconteceu nessa eleição de 2018 e que fez
uma verdadeira assepsia no Senado não aconteceu por obra do acaso, mas, em
função do trabalho hercúleo da Operação Lava Jato que investigou e denunciou
muitos dos atuais integrantes do Congresso Nacional. É óbvio que alguns ainda
conseguiram escapar, graças aos seus estados de origem, via de regra, os mais
atrasados da federação, onde o poder da grana é determinante para se conseguir
um mandato.
Aqui cabe uma observação e uma correção: o senador Cristovam Buarque não
conseguiu se reeleger, mas a sua não reeleição deu-se por outros motivos, não
devido a investigações da Operação Lava Jato, pois trata-se de um político dos
mais éticos e moralmente irrepreensíveis do nosso espectro político. O que definitivamente
não é o caso do futuro ex-senador Romero Jucá (RO).
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