“Não há vagas”
“O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira”
Ferreira Gullar, nascido José de Ribamar Ferreira, foi um escritor, poeta, crítico de arte, biógrafo, tradutor, memorialista e ensaísta maranhense.
Siga os blogs Diário do Homem
Americano e Dom Severino no Twitter,
no Facebook e no Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário