quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Há conversas "secretas" entre Washington e Caracas


De: Maria Barradas

Há conversas a alto nível entre Washington e Caracas. Foi Donald Trump quem o revelou.

"Estamos em contacto. Estamos a conversar com vários representantes da Venezuela. Estamos a ajudar a Venezuela o máximo que podemos. É um tributo incrível a algo ruim que está acontecendo e essa coisa ruim é o socialismo. E é incrível porque há 15 anos a Venezuela era um dos países mais ricos, agora é um dos países mais pobres", disse o presidente norte-americano num encontro com os jornalistas na Casa Branca.

Nicolás Maduro confirma também essas conversações e diz que decorrem sob a sua supervisão: "Confirmo que, desde há meses, há contactos de altos funcionários do governo dos Estados Unidos de Donald Trump e do governo bolívariano a que eu presido e sob a minha autorização expressa".

Nenhuma das partes revelou o teor das conversações, mas é suposto abordarem as garantias para Maduro e os membros da sua administração em caso de cedência do poder, como pedem os Estados Unidos.

Na segunda-feira, a Associated Press noticiou que os EUA abriram comunicações secretas com o chefe do partido socialista da Venezuela e com membros do círculo interno do presidente Nicolás Maduro que estarão  buscando garantias de que não enfrentarão retaliações se cederem à pressão crescente para deixarem o poder.

Segundo a mesma fonte, Diosdado Cabello, que é considerado o homem mais poderoso da Venezuela depois de Maduro, reuniu-se no mês passado, em Caracas, com alguém próximo a administração Trump. Uma segunda reunião está em preparação, mas ainda não aconteceu.

A AP diz que mantém secreta a identidade do intermediário e os detalhes do encontro para evitar possíveis represálias sobre a sua fonte. Com Euronews

Em tempo:

Mais é precioso primeiro combinar com os russos. Sem uma negociação que envolva a participação direta do governo russo e chinês essas conversa fazem parte de uma estratégia montada por Moscou e Pequim para fazerem Trump gastar energia. Isso nos remete a uma história, quase sexagenária, que já foi usada para ilustrar diversos textos, a qual conta que na Copa de 1958 o então técnico da seleção brasileira Vicente Feola, chamou todos os atletas do time, para montar a estratégia para a partida contra a União Soviética. E em uma das jogadas, Zito e Didi trocariam passes no meio do campo. Vavá atrairia a marcação da defesa russa indo para o lado esquerdo do campo. Em seguida Nílton Santos lançaria para direita, na direção de Garrincha, para que Mané, no seu melhor estilo, driblasse o zagueiro e entregasse a bola para Mazzola, que faria o gol. Ao final, Garrincha, muito atento, balbuciou a cabeça e perguntou: Tá legal, Seu Feola… mas o senhor já combinou tudo isso com os russos?

Essa história do futebol brasileiro, além de sábia nos reserva algumas verdades encobertas que só que frequenta os bastidores do poder sabe como acontece e como funciona. A Rússia e a China, grandes investidores na República Bolivariana da Venezuela, por terem investimentos e grandes interesses a defender nesse país latino americano, não aceitarão nenhuma ingerência do governo dos EUA.

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