terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Homossexualidade feminina: um assunto ainda tabu

Tenho percebido o aumento considerável de mulheres que procuram outras mulheres como parceiras afetivas. Detalhe: essas mulheres nem sempre são homessexuais desde a juventude, mas procuram relacionamento com o mesmo sexo após uma frustação no casamento ou numa relação heterossexual conturbada, onde quase sempre são maltradas física e psicologicamente pelos seus parceiros.

Conheço ao menos dois casos onde mulheres separadas resolveram tentar ser felizes através de um relacionamento homossexual, sem falar em outros casos que amigos comentam conhecer também.

O assunto, além de polêmico, ainda é tratado como “tabu”, mas precisa ser discutido sem qualquer puritanismo ou falso moralismo.

Dessa forma, blog reproduz um interessante artigo da Dra. Sylvia Faria Marzano que trata sobre a questão da homossexualidade feminina e mostra que até nesses casos, as mulheres são tratadas de forma mais preconceituosa do que no caso dos homens. Veja:

HOMOSSEXUALIDADE FEMININA

Sylvia Faria Marzano (Do ISEXP - Instituto Brasileiro Interdisciplinar de Sexologia e Medicina Psicossomática)

Existem várias teorias do porque uma pessoa é homossexual. Seja por influência ambiental, genética ou da formação psicológica; uma coisa é certa, ninguém opta por ser homossexual. Esse tipo de relação, de comportamento, é visto como uma orientação do desejo. Mas, esse conceito é recente, visto que somente em 1993, a Organização Mundial da Saúde deixou de considerar a homossexualidade como uma doença, passando a ser uma condição da personalidade humana. O Conselho Federal de Psicologia passou a condenar as promessas de tratamento para reverter a homossexualidade em 1999.

Picazio (psicólogo e psicoterapeuta, 1998) acredita que todos nós recebemos desde cedo uma carga muito grande de valores negativos em relação a pessoas com orientação homossexual. Por isso, acabamos por repetir os comportamentos preconceituosos para rebater algo que não queremos para nós. Essa atitude dificulta tanto a aceitação da diferença, como a própria auto-aceitação de uma pessoa que venha a se perceber homossexual, pois ela acredita que será condenada a ser tudo o que ouviu falar de ruim sobre os homossexuais.

A aceitação de casais homossexuais masculinos sempre foi maior, como se identifica na mídia escrita ou falada. Ao contrário, o preconceito contra o homossexualismo feminino ainda persiste na sociedade e nas leis que ainda fecham os olhos para sua existência.

Não temos a pretensão de determinar como se inicia a homossexualidade. Mais importante que procurar possíveis causas, é fazer com que a sociedade compreenda que a homossexualidade em si não é um mal e que o problema está na solidão,na exclusão e na marginalidade que ela provoca, nessas pessoas, pelo preconceito.

Nesta época em que vivemos, podemos dizer que a homossexualidade feminina “saiu do armário” (expressão usada por gays e lésbicas quando assumem publicamente serem homossexuais).

A expressão lesbianismo deriva de Lesbos, ilha grega que tinha como chefe uma poetisa de nome Safo. Esta musa escreveu versos que contam livremente o amor entre mulheres e, seus amores e paixões por sua companheiras ( seis séculos atrás). Daí os nomes safismo, sáfico, safista e lesbismo, lesbianismo, lesbiana, lésbica, passarem a ser usados como sinônimos de tribadismo (ato de uma mulher “roçar” em outra).

Longe de nós polemizarmos em relação à definição da homossexualidade feminina, pelo fato de que “ até hoje não surgiu nenhuma teoria que trate exclusivamente do lesbianismo. As mulheres homossexuais têm sido tratadas pelos pesquisadores como as mulheres são geralmente tratadas, como o segundo sexo.” (blog Robert Lobato)

Em TemPo:

A incompletude da mulher na relação com os homens está levando muitas mulheres a optarem pelo lesbianismo, passando a assumir uma bissexualidade que visa compensar o fracasso da relação hetero. O inverso também é verdadeiro.


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