Gen Div
Eduardo José Barbosa
Presidente
do Clube Militar
19 julho
de 2019
Em mais uma decisão, no mínimo suspeita, o Presidente do STF determinou
que o COAF não pode mais fornecer dados sobre cidadãos sem solicitação
judicial.
Vejamos alguns aspectos dessa questão:
1.
Existem cidadãos de bem, cumpridores da lei e que não tem nada a
esconder e existem cidadãos criminosos e que não cumprem a lei;
2.
Há órgãos cuja função é identificar transações suspeitas, não
condizentes com o patrimônio dos ditos cidadãos;
3.
Em muitos casos de corrupção, o primeiro indício de que dispõe o MP para
iniciar uma investigação é o enriquecimento ilícito.
4.
Analisando somente esses três argumentos, qualquer leigo conclui que a
decisão tomada beneficia somente aqueles que não cumprem a lei e que tem
patrimônio a esconder.
Os cidadãos de bem, onde se insere a maior parte da população, não
precisam esconder seus bens dos Órgãos de fiscalização. Portanto, fica muito
claro que a medida adotada só irá privilegiar os corruptos/criminosos e será
mais uma ferramenta para os bem-remunerados escritórios de advocacia,
conseguirem anulação de processos envolvendo seus “respeitáveis cidadãos”.
Alardear que a medida atende a um filho do Presidente não convence
ninguém, pois mesmo ele está sujeito a verificação de suas transações
financeiras, como qualquer outra pessoa, por mais autoridade que seja. Que tal
pesquisar todos os beneficiados por essa decisão?
Como limpar o Brasil de toda essa sujeira acumulada nos últimos anos?
Como proteger criminosos, alardeando “Estado democrático de direito”?
Afinal, a verdadeira democracia impõe uma justiça isenta e que proteja o
cidadão de bem. Ao criminoso, que pague por seus crimes na cadeia.
Já se fala em 6000 ações judiciais contra facções e tráfico, sendo
prejudicadas com essa decisão.
Que belo exemplo a justiça inglesa nos deu. Menos de seis meses após o
crime, um brasileiro foi condenado a prisão perpétua com revisão de pena
somente após cumprir 27 anos de prisão. Com nossa Justiça ele estaria recorrendo
e recorrendo e pedindo embargos e dezenas de habeas corpus…
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