Pelo menos um milhão de pessoas perderam os postos de trabalho, nas últimas duas semanas, na Europa, de acordo com os dados da Confederação Europeia de Sindicatos (CES) sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho, tema em destaque no programa 'Breves de Bruxelas".
O número surge de uma compilação de dados de relatórios enviados por sindicatos de toda a Europa e inclui apenas trabalhadores com contrato solicitaram o auxílio de desemprego.
O número real de desempregados, que inclua os trabalhadores (autônomos) por conta própria e tarefeiros, poderá ser o dobro.
"Consegue imaginar o que acontecerá depois da Páscoa, se esta situação não for corrigida por algumas medidas de emergência? O risco é que o número de desempregados triplique ou quadriplique", alertou Luca Visentini, secretário-geral da CES, em entrevista à euronews.
"Não é por acaso que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) diz que, potencialmente, esta crise poderá levar à perda de 24 milhões a 36 milhões de postos de trabalho em todo o mundo. A Europa é, atualmente, o continente mais afetado por isso. Grande parte dessas perdas ocorrerão na Europa se não se tomarem decisões urgentes sobre como enfrentar esta emergência", acrescentou.
Na quinta-feira da semana passada, os líderes dos 27 países da União Europeia pediram aos ministros das Finanças que elaborassem, em duas semanas, um plano de resposta à crise econômica que se avoluma no horizonte.
Falta liquidez
Os sindicatos dizem que é preciso pensar em medias fortes, tais como sistemas de substituição de rendimento, o que exigirá entre 200 mil milhões a 400 mil milhões de euros.
"O problema é que não há dinheiro suficiente. Portanto, a única maneira de garantir que os sistemas existentes de apoio aos desempregados possam lidar com essa emergência, e que sistemas similares possam ser estabelecidos em países onde não existem, é que a União Europeia levanta o dinheiro para financiar um sistema europeu de subsidios de desemprego. É necessário encontrar algum instrumento de emissão de dívida comum, ao nível europeu, para criar maior disponibilidade de tesouraria na União que permita financiar esse tipo de sistema", afirmou o sindicalista.
A Comissão Europeia vai disponibilizar um pacote de investimentos de 37 mil milhões de euros, mas o comissário para a Economia, Paolo Gentiloni, admitiu, em entrevista à euronews, que é só um pequeno primeiro passo e que são necessários outros instrumentos de financiamento.
"Com certeza que um plano de recuperação econômica forte exige mais dinheiro, esta primeira verba não será suficiente. Por isso, temos de identificar instrumentos específicos para financiar os objetivos de um plano geral de recuperação a nível europeu para os próximos meses", disse Gentiloni.
A próxima reunião extraordinária dos ministros das Finanças da União Europeia está marcada para 7 de abril. Com Euronews
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