A crise da Covid-19 poderá acelerar a "crise existencial" na União Europeia nos últimos anos, marcada por divisões entre grupos de países sobre como gerir o projeto comunitário. No limite levou à saída de um Estado-membro pela primeira vez na história do bloco criado para potencializar paz e progresso, exigindo-se uma reforma de fundo.
"Para ser sincero, estamos no limite do modelo intergovernamental para tomar decisões na Europa. Existe apenas uma instituição de natureza verdadeiramente europeia, que é o Banco Central Europeu. Nesta crise, agiu de forma rápida e convincente, disponibilizando 750 mil milhões de euros. Mas precisamos de mudanças, é necessário alguém que unifique o projeto europeu, é preciso passar do modelo intergovernamental para uma Europa realmente unida. A questão é quem é que será capaz de fazer essas mudanças", afirmou Luis Garicano, eurodeputado liberal espanhol.
A crise financeira de 2008 levou a uma enorme austeridade, a que se somou à pressão para lidar com o desafio da alterações climáticas. A pandemia é um novo teste à coesão no bloco.
"Assistimos a um regresso, por assim dizer, do papel dos poderes públicos na gestão de uma crise com grande interdependência, que requer medidas de apoio social e de apoio à economia que está paralisando. Mas penso que esta crise também seja uma oportunidade para analisar como inovar ao nível da governança e da cooperação entre os Estados-membros e as instituições da UE", disse Giovanni Grevi, analista no Centro de Políticas Europeias.
A pandemia poderá ser uma nova oportunidade para a UE mostrar que o nacionalismo não resolve os problemas que afetam milhões de pessoas num mundo globalizado. Com euronews
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