O piauiense tem espírito de grandeza, isso é fato. Aí vem uma francesa-brasileira que ajuda a fortalecer no imaginário popular piauiense esse sentimento. Estamos nos referindo a arqueóloga Niede Guidon que um dia sonhou em construir em plena caatinga um aeroporto monumental. Um sonho que acabou se transformando em realidade e num grande pesadelo. Uma triste e dispendiosa realidade que custou aos cofres da nação, algo em torno de 22 milhões de reais. Uma grana que daria para erradicar parte significativa da miséria e da pobreza que existe no entorno do Parque Nacional da Serra da Capivara.
Um sítio portuário que foi inaugurado no ano de 2015 e hoje já transcorrido mais de cinco anos da sua inauguração, só tem servido até aqui para receber voos oficiais, que representam o custo adicional, porque ele precisa dos serviços permanentes de manutenção, limpeza, segurança patrimonial e serviços da rede mundial de computadores, como Wi-Fi, para que as nossas autoridades ao nos visitarem poderem estar ligados com o mundo.
O tino da Drª Niede Guidon, poderia até estar certo ao pensar um projeto de um aeroporto para receber voos charters (voos fretados da Europa) num momento em que a economia internacional estava bombando, mas, ela pecou ao pensar um projeto grandioso e absolutamente fora da realidade. Porque dizemos isso: porque esse aeroporto vai levar 100 anos para que ele seja economicamente viável. O governo estadual já tentou viabilizá-lo como aeroporto regional, mas até aqui todas as tentativas resultaram inútil pela baixa demanda de passageiros.
O projeto de construção do Aeroporto Serra da Capivara devia ter começado por um levantamento de viabilidade econômica, para só depois os entes brasileiros envolvidos na sua construção decidirem pela sua construção. O que nos parece, que não aconteceu. É como se ele tivesse sido pensado e sem obedecer a nenhum tipo de estudo, ele foi construído. Numa palavra, feito a toque de caixa.
Quando da inauguração desse aeroporto, a Drª Niede Guidon ao ser instada a falar sobre esse aeroporto, se negou a fazê-lo, por considerar que esse projeto praticamente estava superado, porque, dado os muitos anos que levou para ser concluído, ele acabou tornando-se inviável, uma vez que a economia nacional e internacional não nos favorece. Niede Guidon usou outros termos, mas no fundo foi isso que ela quis dizer isso.
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