Essa é uma pergunta muito oportuna e provocadora.
Provocadora no sentido de mexer com o brio da raça negra, num país onde mais de
50% da sua população é afrodescendente, mas, a raça negra é pouco
representativa nas Forças Armadas e nos três poderes da república. No Supremo
Tribunal Federal (STF), por exemplo, não tem um ministro negro sequer. Na
iniciativa privada, eu particularmente não conheço nenhum negro no comando de
uma grande empresa nacional. No Congresso Nacional se conta nos dedos o número
de negros com assento na Câmara Federal e no Senado.
A Lei de Cotas ou Reserva aos negros de 20% (vinte por cento) das vagas
oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos
públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das
fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista
controladas pela União, representa um salto na direção do resgate de uma
dívida histórica deste país para com os negros, que ao serem alforriados,
ficaram entregues as suas próprias sorte e sem nenhum tipo de proteção. Com a
Lei Aurea, o negro só se livrou do tronco e do Pelourinho.
Talvez, daqui a 20 anos o Brasil eleja um negro presidente
da república, após a ascensão social da raça negra e o surgimento de uma classe
média formada por negros bem instruídos e ricos. A televisão e as agências de
propagandas já se deram conta do enorme mercado consumidor formado por negros e
a melhoria do poder aquisitivo dessa raça.
Como os negros neste país ainda não tem nenhuma grande
liderança política, alguém capaz de promover uma grande revolução e despertar a
consciência do povo negro e fazê-la compreender que os negros são maioria no
Brasil, ainda não é possível pensar na eleição de um Obama brasileiro.
Até o momento presente, no Brasil, negro não vota em negro
e pobre. Ocorre que a maioria da população negra neste país, ainda não adquiriu
a consciência política necessária para votar em iguais.
Em tempo: O Superior Tribunal Federal (STF) salvou o
encalacrado senador Aécio Neves. O voto de minerva da presidenta da Suprema
Corte agrediu a consciência nacional.
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