terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

"Eles fingem que nos pagam, nós fingimos que trabalhamos"

A situação dos trabalhadores na educação pública no Brasil vai de mal a pior, seja no que tange aos salários pagos a essa categoria, seja no que concerne à valorização desse profissional, do qual todos nos dependemos para que os nossos filhos adquiram conhecimento. O trabalhador desse setor, não tem nenhum valor. Vale tanto quanto qualquer outro trabalhador brasileiro assalariado que via de regra sobrevive com um salário de miséria.

O governo federal através do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Trabalhadores na Educação (FUNDEB) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF), na teoria tenta valorizar os profissionais dessa área. Bem entendido, na teoria, porque na prática, esses dois fundos não mudaram as condições de vida do trabalhador da educação.

Pelo que ganha um professor da rede estadual do Piauí que trabalha 20 horas semanais, um pouco mais que o salario mínimo, os recursos destinados por esses fundos é que estão pagando os salários dos professores e nesse caso, o governo estadual na entrando com a contrapartida ou seja, só o governo federal vem cumprindo a sua parte.

O secretário do estado da Educação do Piauí, Atila Lira faz um belo discurso para convencer essa categoria, mas não convence ninguém, porque os trabalhadores da educação neste Estado sempre foram levados na conversa e na lábia quando das negociações. Isso durante o enfrentamento do sindicato que representa esses trabalhadores, com os gestores da educação. Nesse período as promessas são muitas, mas os resultados favoráveis ao trabalhador são praticamente nulos.

O que os pais podem esperar de uma categoria que o que ganha mal dar para fazer uma ração diária e o que sobra, quando sobra, não dá sequer para esse trabalhador fazer a assinatura de um jornal que lhe ajudaria na atualização dos seus conhecimentos e ainda paga o aluguel da sua moradia e precisa se vestir dignamente? Nada.

No Brasil, as prioridades dos nossos governantes são outras. Pelo futebol por exemplo, que só serve para alavancar as audiências das redes de televisão, facilitar a vida dos empresários dos jogadores e do próprio governo, que usa esse esporte para desviar a atenção do povo brasileiro dos graves problemas sociais. E consegue.

Com a maioria dos clubes brasileiros sendo patrocinados por empresas estatais que bancam salários astronômicos para jogadores ricos, que por serem ignorantes, na sua expressiva maioria, não contribuem positivamente para o bem do país.

Um jogador como Ronaldo, esse que acaba de anunciar a sua aposentadoria, não serve nem como referência, como um exemplo a ser seguido, porque a sua vida extra campo não serve com modelo.

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