Eu fui
deixado lá naquele ambiente isolado, sem ninguém por perto, como alguém que não
tem parentes e nem ninguém.
No outro dia
me trataram, como se trata alguém, que vai para um evento social, onde a imagem
é o que importa. Todo arrumado, mas sem vida, toda gente que de mim se
aproximava, me olhava como um ser estranho, como alguém que não pertence mais
ao nosso meio ao nosso mundo, um ser estranho e disforme.
Fui para o
evento todo arrumadinho e me deixaram no meio o salão como uma natureza morta,
um quadro hiper realista, mas sem vida, sem calor humano e de quem - passado o
ritual, todos ali presente, queriam distância e afastamento da lembrança, exceto
é claro, alguns poucos parentes próximos.
Passado o
espetáculo de praxe, fui devolvido ao meu novo mundo, um mundo, onde eu entrei para o rol dos esquecidos para sempre.
Tomazia Arouche
Tomazia Arouche
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