segunda-feira, 2 de maio de 2022

Sintonia Fina: O trabalhador brasileiro tem motivos para comemorar o dia do trabalho?

"O dia 1º de maio perdeu significado e importância." (Tomazia Arouche)

O dia de ontem (1) de maio é consagrado em todo mundo à celebração do dia do Trabalhador. Celebrar o que, comemorar o que? O desemprego, o subemprego, o trabalho precário, terceirizado, subcontratado, parcial, vinculado à economia informal, os modos selvagens de destituição dos direitos trabalhistas no mercado de trabalho, a flexibilização e a desregulação das leis trabalhistas? Só o trabalhador masoquista e ignorante se sente motivado para comemorar uma data que perdeu significado e importância.

O progresso tecnológico desconstruiu o paradigma do trabalho e deixou o capital na condição exclusiva de vanguarda do trabalho de uma modernidade desregulada e global. Uma modernidade que coloca o trabalhador na humilhante e triste condição de uma coisa obsoleta, desnecessária e substituível. Desnecessário dizer que o sindicato dos trabalhadores com esse “avanço e progresso tecnológico, ” perdeu importância e o trabalhador nesse novo mundo ficou totalmente desamparado.

 

Um pouco de história sobre o dia do Trabalho

Sabemos que, durante o século XVIII, ocorreu, em solo inglês, um dos acontecimentos mais importantes da história da humanidade: a Revolução Industrial. Da Inglaterra, o processo de industrialização alastrou-se, inicialmente, pela Europa e, depois, para outros continentes, como o americano. Uma das consequências mais patentes da Revolução Industrial foi a formação de grandes centros urbanos, fato que gerou, consequentemente, uma grande concentração de pessoas em seu entorno, sobretudo de operários, cujo trabalho nutria as indústrias.

A formação da classe operária demandou uma série de necessidades que nem sempre era efetivamente cumprida pela burguesia industrial. As horas trabalhadas eram, muitas vezes, excessivas e a relação entre empregado e empregador nem sempre era amistosa. Nesse contexto, surgiram os sindicatos e os movimentos de trabalhadores, orientados por ideologias de esquerda, como o anarquismo (anarcossindicalismo) e o comunismo.

Desde o fim do século XIX, nos EUA, no Brasil e em vários outros países ocidentais, o dia 1º de maio é tido como o Dia do Trabalho ou o Dia do Trabalhador. Tal data foi escolhida em razão de uma onda de manifestações e conflitos violentos que se desencadeou a partir de uma greve geral nos EUA. Essa greve paralisou os parques industriais da cidade de Chicago (EUA), no dia 1º de maio de 1886.

Naquele tempo os trabalhadores organizados e liderados por sindicatos se organizavam e lutavam por melhores condições de vida e trabalho. O que hoje não mais acontece, devido uma nova conjuntura econômica que vem passando como um rolo compressor sobre os trabalhadores e os sindicatos.

 

Por que celebramos no dia 1º de maio o Dia do Trabalhador? 

Essa data foi escolhida em homenagem ao esforço dos trabalhadores dos Estados Unidos, que, num sábado, 1º de maio de 1886, foram às ruas das maiores cidades do país para pedir a redução da carga horária máxima de trabalho por dia.

Para nos mantermos bem é necessário comer pouco e trabalhar muito. ”  (Frase do pensador grego Aristóteles. Aristóteles é visto com um dos fundadores da filosofia ocidental)

A nova cultura começa quando o trabalhador e o trabalho são tratados com respeito. ” (Máximo Gorki foi um escritor, romancista, dramaturgo, contista e ativista político russo.)

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