segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Zeca Baleiro fala de tudo um pouco em entrevista exclusiva a O Imparcial Online


Foi em um clima de descontração que o cantor e compositor Zeca Baleiro, que está de passagem por São Luís, recebeu a equipe de O Imparcial. Com um sorriso no rosto e mesmo depois de ter enfrentado horas e horas de voo, Zeca Baleiro, que foi pura simpatia, estava literalmente em casa. Ou seja, rodeado de amigos e parentes que vieram recebê-lo.

Com a voz calma e tranquila, o cantor, falou de tudo um pouco. O porquê de sua vinda à São Luís; o show Baile do Baleiro, dia 26 de dezembro, na Patrimônio Show, que conta com participação de artistas locais como Dici Rocha, Patativa e a banda Baré de Casco, e produção de Mário Moraes; sobre o CD A palavra acesa, ao lado do poeta, amigo, jornalista e parceiro, Celso Borges que musicou a poesia de José Chagas, poeta paraibano, que traduziu São Luís e o Maranhão para o mundo; projetos futuros; o fim do projeto Biotônico no site da Uol; Copa do Mundo; o novo momento da produção musical maranhense e sobre as eleições 2014 no estado.

Baile do Baleiro
“O conceito é o mesmo do Baile do Baleiro que eu faço em São Paulo e que estou viajando pelo resto do país. Vamos fazer este com artistas daqui. Quando estou em São Paulo facilita por causa dos amigos que podemos convidar para participar. O baile sempre conta com a presença de um artista de expressão nacional, mas não considero isto imprescindível, porque estamos sempre lançando artistas que estão começando ou que já tem um público garantido. Quem vai ao baile, vai em busca de diversão porque é um projeto que trafega pela memória afetiva da música brasileira e que sempre que sempre agrega. Na versão passada fizemos o baile que realizamos aqui em São Luís foi com o cantor e compositor Odair José que tem um rico repertório que faz parte do imaginário coletivo. Convidei a Fafá de Belém, mas infelizmente não deu por conta de compromissos que ela já tinha. Acabei valorizando a prata da casa, com artistas locais valorizando a velha guarda do samba maranhense com a presença da cantora Patativa”

CD A Palavra Acesa
“Já havia feito um trabalho semelhante quando musiquei os poemas da poeta paulista Hilda Hilst .E musicar os poemas de José Chagas que resultou no CD A Palavra Acesa foi um grande presente, pois ele é um dos meus poetas preferidos. O disco reúne 14 poesias interpretadas por vários artistas como Chico Saldanha, Beto Enhog, Ale Muniz, Chico César, Assis medeiros, Ednardo, Josias Sobrinho, Tonhinho Alves, Celso Borges, Dicy Rocha, Fagner, Lula Queiroga, Silvério Pessoa, Fernando Filizola, César Texeira, Márcia Castro, Tássia Campos, Suzana Travassos e Nosly. São amigos e parceiros que estão presente neste trabalho coletivo que eterniza mais uma vez a obra de Chagas que é um dos poetas mais importantes deste estado. A idéia surgiu de uma conversa entre eu, Celso Borges e a jornalista Andréa Oliveira e começamos a desenvolver o projeto..Chagas tem uma poesia que tem uma métrica relativamente simples que ele diz ter aprendido ainda menino quando ouvia os violeiros da Paraíba. Esta é uma homenagem mais do que merecida”

Projetos futuros
“Eu quero ficar rico! (risos). Estou com vários projetos. Estou ainda em obra com um disco samba e um disco de brega, mas devo lançar até no início do próximo ano um CD infantil que está todo pronto. Gravei o DVD Calma aí coração deve ficar pronto em breve e vou lançar no iTune cinco singles.que também fez parte desta turnê que foi apresentada aqui em São Luís, no primeiro semestre. Outra ideia que venho maturando é transformar o Baile do Baleiro em um programa de TV. Estes são alguns dos planos que tenho em mente por enquanto e que posso revelar”

Programa Biotônico
“Fomos obrigados a acabar com o Biotônico por várias razões. Mas acredito que vamos reedita-lo no meu site e no Facebook devido o grande número de pessoas pedindo para que o programa volte. A vinda do Celso Borges para São Luís, a minha agenda e a do Otávio Rodrigues, e a própria falta de tempo também colaborou para isso. O programa também não tinha patrocínio. Noz fazíamos tudo sozinhos e isso também foi dificultando. Existem muitos órfãos do projeto, mas como eu já disse, em breve ele estará de volta”.

Carreira internacional
“Este ano fiz dois shows internacionais: um na Argentina e outro em Roma. Eu sempre fico a espera de convites. Se surge um, a gente vai lá e faz. É uma experiência interessante porque a música brasileira tem muita aceitação no exterior. Eu nunca investi em uma carreira internacional pra valer porque eu penso que para fazer isso você tem que cantar em outro idioma que não seja o seu. A prioridade é fazer show dentro do Brasil Quem sabe um dia eu não venha gravar um disco só com músicas italianas. Não é uma ideia descartável”

Copa do Mundo
“Fui convidado para tocar em dois eventos da Copa do Mundo de 2014. Um em Fortaleza e outro em Manaus, pós-jogo, em frente aos estádios. Pensei até em fazer um disco com o Fagner só com músicas de futebol. Mas é tanta coisa na minha cabeça e ele também está muito atarefado que acabamos deixando esse projeto um pouco para trás pelo menos por enquanto”.

Brasil campeão da Copa
“Rapaz não faz pergunta difícil. Brasil está como favorito. Mas torço que o Brasil seja campeão. Eu fui assistir com a minha família Brasil x Espanha, na Copa das Confederações. Estou na torcida para que o Brasil vença esta Copa assim como todo brasileiro que gosta de futebol”

Cena maranhense
“É um momento muito promissor e bastante especial. Vejo este novo momento que passa a produção cultural do estado com bons olhos. Desde a época que eu ainda morava por aqui, a produção cultural passava por um marasmo e a luta para mudar este cenário fica a cargo de guerrilheiros como César Texeira, Josias Sobrinho e tantos outros artistas que precederam a minha geração. É uma nova geração que surge de forma mais organizada e quer sabe usar, a seu favor, a tecnologia como uma ferramenta para divulgar o que está produzindo. É uma cena cultural viva e que se renova. Eu e a Rita Ribeiro (Benneditto), que saímos daqui já algum tempo, acredito, que nos vemos assim meio que nem pai...que nem tio desta criança que está crescendo. Mas ainda vejo que ainda tem uma caminho muito longo a ser percorrido. O Maranhão precisa aparecer. È uma cena que precisa de visibilidade. A música do Pará está estourando e ganhando o seu espaço. Nós não deixamos nada a dever a ninguém. O que temos que fazer é trabalhar para que a nossa música seja valorizada e conquiste o seu espaço que lhe é devido. Movimento como BR – 135 e outros que estão surgindo estão ajudando nisso”

Eleições  2014
“Assim como eu desejo que haja uma renovação na cultura, eu também desejo que haja uma renovação na cena política do Maranhão. Eu desejo que estas velhas raposas que ainda estão no poder sejam substituídas. Quero que até o modo de fazer política também mude, pois estamos fazendo política tem 500 anos do mesmo jeito. Tenho esperança que um dia tudo isso mude para que possamos chegar a algum lugar. Nós somos uma nação étnica única. Na verdade eu estou na torcida para que tudo isso se transforme”

Nenhum comentário: