Todo processo de privatização de uma empresa pública,
começa pelo programa de incentivo ao Pedido de Demissão Voluntária, o
famigerado PDV, que a priori é visto
pelo empregado fragilizado e que está vivendo sob a ameaça da demissão, como um
ato de bondade da empresa. Ledo engano para quem vê nessa proposta um benefício
ao trabalhador, que está ameaçado de demissão voluntária ou não.
Na realidade, o PDV é como se fosse um desencargo de
consciência (alívio) do grupo que está vendendo a empresa e que pretende passar
adiante um negócio, que ao ser fechado, os novos donos não terão nenhuma
contemplação e deferência para com os empregados, sobretudo os mais velhos e “inadaptáveis”
na nova visão corporativa.
O que serão demitidos logo na primeira leva, por serem
vistos pelos novos donos da empresa como inservíveis e sem nenhuma chance de adaptação
a uma nova cultura empresarial, serão os velhos e aqueles que não dominam novas
tecnologias.
Os funcionários das empresas que estão sendo colocadas à
venda, pela Eletrobrás mãe, devem colocar as suas barbas de molho e ir se preparando
para viverem novos tempos. E não adianta querer colaborar com a administração atual,
que tudo fará para convencer os funcionários de que a privatização é um bom
negócio. Bom para os compradores, porque herdarão uma empresa enxuta, sem
grandes débitos e livre daquilo que os gerentes consideram desnecessário e chamam
de peso morto. Peso morto nesse caso, são os funcionários já em idades avançadas.
Foi assim na Companhia Energética do Maranhão (CEMAR) e na
Companhia Vale no estado do Maranhão. Isso para citar só exemplos próximos.
Eu aconselho os empregados de empresas estatais a não
colaborarem com os seus futuros algozes e insisto na tese de que a privatização
só é boa para os donos do novo negócio.
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