Saudade
Hoje que a
mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.
À noite quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.
E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,
Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.
À noite quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.
E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,
Da saudade na campa enegrecida
Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.
Augusto de Carvalho Rodrigues dos
Anjos foi um poeta brasileiro, identificado muitas vezes como simbolista ou
parnasiano. Cronologicamente está associado ao Pré-Modernismo, momento de
transição da literatura brasileira que precedeu as inovações modernistas.
Nasceu no dia 20 de abril de 1884, em Engenho Pau d'Arco, Paraíba e faleceu no
dia 12 de novembro de 1914, na cidade de Leopoldina, Minas Gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário