Até a metade do século XIX, a mulher vivia exclusivamente para casar, gerar, criar filhos e servir incondicionalmente ao homem na monótona obscuridade do lar. Com o advento do feminismo, a mulher foi despertada para a descoberta da sua consciência política e dos seus direitos civis que sempre lhes foram negados - e passou a reivindica-los.
São diversas as desigualdades existentes na sociedade brasileira. Uma das mais evidentes refere-se às relações de gênero, menos relacionada à questão econômica e mais do ponto de vista cultural e social, constituindo, a partir daí as representações sociais sobre a participação da mulher dentro de espaços variados, seja na família, na escola, igreja, nos movimentos sociais, enfim, na vida em sociedade.
Nas últimas décadas do século XX, presenciamos um dos fatos mais marcantes na sociedade brasileira, que foi a inserção, cada vez mais crescente, da mulher no campo do trabalho, fato este explicado pela combinação de fatores econômicos, culturais e sociais. Com a mulher vindo se destacando na busca do conhecimento especializado ao ingressar nas universidades públicas, principalmente, com um número de mulheres que supera ao número de homens.
Uma constatação recorrente é a de que, independentemente do gênero, a pessoa com maior nível de escolaridade tem mais chances e oportunidades de inclusão no mercado de trabalho. Isso a mulher percebeu e enveredou por esse caminho. Conforme estudos recentes, verifica-se, na forma agressiva como a mulher vem se colocando no mercado de trabalho, antes reservado exclusivamente ao homem, que a mulher tem tido uma inserção maior nesse mercado. Constata-se, também, uma significativa melhora entre as diferenças salariais quando comparadas ao sexo masculino. Contudo, ainda não foram superadas as recorrentes dificuldades encontradas pelas trabalhadoras no acesso a cargos de chefia e de equiparação salarial com homens que ocupam os mesmos cargos/ocupações.
A crise econômica em decorrência da pandemia de covid-19 agravou as disparidades de gênero na força de trabalho e gerou um retrocesso de ao menos uma década, já que 13 milhões de mulheres perderam seus empregos na América Latina e no Caribe, segundo o último Panorama Laboral da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A mulher, a partir do momento que descobriu que a sua humilhante condição de mulher de cama, mesa e cozinha poderia mudar, jogou no chão a mesa, fez greve de sexo e cozinhar deixou de ser uma obrigação no ambiente doméstico e foi à luta, reivindicando e exigindo direitos que lhes eram subtraídos e negados.
Mulheres heroínas desconhecidas, uni-vos!
Por Tomazia Arouche
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