“Em democracias consolidadas a reeleição pode ser um eixo de aperfeiçoamento democrático, no entendimento de que o mandato de quatro anos ser. Em países de instituições políticas e sociais em processo de consolidação, como é o caso do nosso, a reeleição bafeja os governantes, visto que, sem se afastarem do posto, eles usufruem o simbolismo e a força inerentes ao cargo. ” (Gaudêncio Torquato)
No Brasil o segundo mandato, via de regra, é sempre pior do que o primeiro. Em nosso país existe o tabu segundo o qual o segundo mandato é pior do que o primeiro. Existe um histórico de prefeitos, governadores e até de presidentes da república que fracassaram no segundo mandato.
No estado do Piauí, o governador Mão Santa, fez um primeiro governo razoável, mas, o seu segundo governo foi um desastre, culminando com à sua cassação, sob a acusação de compra de votos e abuso de poderes econômico e político.
No plano federal, Fernando Henrique Cardoso (1999-2002) também fez um segundo mandato bem pior. O segundo mandato de Dilma Rousseff (2015-2016) dispensa comentários. A exceção foi o presidente da república, Luiz Inácio Lula da Silva (2007-2010).
O presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt, o homem que impôs, graças a seus êxitos e às circunstâncias, a recuperação do espírito da Constituição dos Estados Unidos, limitando a dois os mandatos presidenciais, pôde e teve tempo, além de ajuda e uma guerra mundial, de cumprir seus programas. Desde então, os segundos mandatos são, quase sempre, uma esperança frustrada e frustrante. O presidente Barack Obama é uma exceção, porque a exemplo do presidente Franklin D. Roosevelt, também conseguiu vencer uma crise financeira tão grave quanto a vivida pelos EUA na Grande Depressão Americana.
Uma explicação plausível para a maldição de segundo mandato é o fato da maioria dos candidatos à reeleição, geralmente, comprometerem os cofres públicos no primeiro mandato ‘como se não houvesse amanhã’ e a reeleição caso ocorra será usada para tapar os buracos (dívidas contraídas com os financiadores de campanha e outros contenciosos) no espaço de quatro anos. Não todos os candidatos à reeleição que agem assim, evidentemente!
Por esses e outros motivos é que a maioria da população brasileira é contra o instituto da reeleição. O fim da reeleição, entre outros motivos elimina a figura do político profissional. Do político que se vicia em poder e não quer mais largar o osso, o bem-bom, a mordomia e a mesa sempre farta às custas do erário público.
A propósito: ninguém quer ou deseja o fim da reeleição, por motivos óbvios demais: A PERMANÊNCIA NO PODER.
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