Enquanto mais de 40 milhões de brasileiros passam fome, sofrem de uma doença crônica, os parlamentares brasileiros têm fome de emendas parlamentares. Além do prestigio que os parlamentares firmam junto aos eleitores dos municípios a quem foram destinadas as emendas parlamentares, outras vantagens os parlamentares conseguem através da contratação das obras em cada município.
E o que é mesmo emenda parlamentar? De acordo com a Constituição, a emenda parlamentar é o instrumento que o Congresso Nacional possui para participar da elaboração do orçamento anual. Em outras palavras é a oportunidade que os deputados têm de acrescentarem novas programações orçamentárias com o objetivo de atender as demandas das comunidades que representam. Ou seja, é por meio das emendas que deputados federais e senadores podem influenciar no que o dinheiro público será gasto. No Brasil, quem elabora o orçamento (ou seja, o documento que define quanto dinheiro o governo pretende arrecadar e gastar durante o ano) é o Poder Executivo (presidente, governadores e prefeitos). Por isso, a participação direta dos parlamentares nessas decisões é feita por meio das emendas.
O ministro da Cidadania, João Roma, pediu exoneração temporária nesta terça-feira (16). Assim como o ministro do Trabalho e Previdência Social, Onyx Lorenzoni, Roma foi afastado para cuidar de suas emendas como deputado federal.
O pedido de afastamento desses dois ministros de estado não se deu por altruísmo, ou seja, para atender os interesses do país ou do povo brasileiro, mas para cuidar de recursos que fatalmente lhes ajudarão na disputa pelas suas reeleições.
O ministro da Cidadania, João Roma, pediu para se afastar do cargo. Com mandato de deputado federal, ele deixa a pasta para tratar das emendas parlamentares. Roma foi eleito pelo Republicanos pelo estado da Bahia, nas eleições de 2018. Ele obteve 84.455 votos. Uma votação que esse parlamentar baiano pretende aumentar ou até duplicar em 2022. Daí esse pedido de afastamento para cuidar das suas emendas, o que como ministro ele não tem direito.
Uma coisa é certa: sem dinheiro, sem um esquema muito bem arquitetado e executado, ninguém se elege vereador, deputado estadual, deputado federal e até senador, um cargo majoritário. O dinheiro numa campanha para a uma eleição proporcional é a mola mestra. O elemento motivador para o eleitor para colocar seu voto na urna, nesse ou naquele deputado e senador.
Sem dinheiro e sem um bem montado esquema político, o candidato a uma vaga na Câmara Municipal, na Assembleia na Câmara Federal ou no Senado, não passa de um figurante.
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