domingo, 23 de janeiro de 2011

Nome provisório

O Brasil como todo país emergente e subdesenvolvido que se preza, com um povo ainda de mente colonizada, tem um seguimento muito grande que adora estrangeirismo, excentricidades, bizarrice e coisas estranhas a nossa cultura. E esse nosso lado se manifesta através de certos nomes dados aos nossos filhos.

O povo brasileiro num passado recente, dado a forte influência da cultura francesa, usava dar nomes franceses aos seus filhos e adorava ouvir músicas de cantores franceses como Edith Piaf, Ives Montand, Charles Aznavour  e outros nomes também consagrados. Depois passou a gostar da música norte-americana e de usar nomes da língua inglesa para batizar os seus filhos.      

Hoje em dia, apesar da ainda forte influência da cultura inglesa e norte-americana sobre o nosso povo, percebe-se uma mudança no que tange a dar nomes aos filhos. Com a maioria expressiva abdicando dos nomes estrangeirados e passando a apelar para nomes bizarros e extremo mau gosto. 

Hoje o que se vê de nomes com letras repetidas ou duplicadas é uma festa.

Vamos classificar por categorias  nosso  estrangeirismo (que no mais das vezes ocorre com erros de grafia), nossas excentricidades e bizarrices.

Na categoria estrangeirismo:  Roberto John da Silva, Marllon Brando da Silva, Maicon Jakisson de Oliveira e etc.

Na categoria excentricidade:  Flavo Cavalcanti Rei da Televisão Nogueira, Isabel Rainha da Hungria, Faraó do Egito Souza, Homem Bom da Cunha Soutto Maior e etc.

Na categoria bizarrice: Darllianna, Heynnar Allisson, Rennegalli Souza, Suellenn Martta e etc.

Segue mais alguns nomes como sugestão:

Capitulina de Jesus do Amor Divino, Maria da Segunda Distração Silva, Napoleão Estado de Pernambuco Portella, Roberti Kennedi, Frankili Rosevelto, Ronaldo Regano, Primeira Delícia Figueredo Azevedo e Safira Azul Esverdeada.

É óbvio que as pessoas que receberam esses nomes na pia batismal, sofrem algum tipo de chacota, preconceito e como consequência algum tipo de trauma. Sugiro então que o brasileiro ao nascer receba um nome provisório para quando chegar na pré-adolescência, possa escolher o nome do seu agrado. Eu conheci no município de Vespasiano, estado de Minas Gerais, um senhor cujo nome era Florípedes da Rosa Flor que toda vez que chegava ao seu ambiente de trabalho mal humorado, os seus companheiros tiravam o maior 'sarro'dizendo que a flor naquele dia tinha se transformado em espinho. Desnecessário dizer que ele na primeira oportunidade pediu na justiça para mudar de nome.

No estado do Maranhão, mais precisamente no município de Viana, terra dos meus antepassados, um caboclo que deveria ser meu parente, porque ser ele um Fróz, Diniz, Arouche e Gomes, foi ao cartório fazer o registro de  nascimento do seu filho e quando foi perguntado pelo escrivão que nome o seu filho receberia, o caboclo respondeu: Willamdermo. O escrivão refez a pergunta e o caboclo  insistiu com o nome. O escrivão fulo da vida com aquele nome exótico se virou para ele disse na mior sem cerimônia: o seu flho vai se chamar Sebastião, porque nome de brasileiro tem que ser português: Sebastião para ser chamado de Tião, Antonio para ser chamado de Tonho ou Raimundo para ser chamado de Mundico. E faça-me o favor de não voltar mais aqui registar um filho com nome estrangeiro. 

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