quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Dependência de commodities fez o Brasil parar de crescer

A queda das cotações das matérias-primas e a perda de mercados provocam desaceleração da economia brasileira. Há um ano, consultorias e organismos internacionais previam que em 2014 terminaria a desaceleração econômica que a América Latina vinha registrando ano a ano desde 2011. O Brasil saiu rapidamente da crise mundial de 2008 e 2009, mas logo depois começou a perder ritmo, e as previsões foram reduzidas até acabar com um crescimento de apenas 1,0% em 2014.

As commodities que evitaram que a crise financeira internacional que começou em 2008 não atingisse em cheio à economia brasileira naquele momento, com a desaceleração dos maiores mercados consumidores das nossas matérias primas, como à China, União Européia e EUA estão sendo responsabilizada agora pelos efeitos tardios de uma crise internacional que à época foi subestimada pelo então presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva que chegou a classificá-la com uma marolinha.

O Brasil perdeu o bom momento que a sua economia viveu entre 2003 e 2007 para investir em tecnologia de ponta e fugir da armadilha que é a dependência de alguns produtos de exportação, como soja e ferro e hoje assiste sem reagir à instalação de uma crise financeira provocada pela perda de mercados importantes como o chinês e o argentino.

O EUA ao mergulhar numa crise financeira só comparada a da Grande Depressão ou crise de 1929 reagiu prontamente com a criação de um novo New Deal, um conjunto de medidas econômicas e sociais tomadas pelo governo Obama, com o objetivo de recuperar a economia dos Estados Unidos de uma crise que começou pelo mercado imobiliário e depois se estendeu para o bancário, com a quebra do Lehman Brothres.

O governo Obama reagiu com fortes investimentos numa nova matriz energética (petróleo extraído do xisto), recuperação dos bancos e na retomada da produção industrial que vinha perdendo terreno para a invasão de produto Made In China e investimentos em  Tecnologia de informação e comunicação (TIC).    

Enquanto que no Brasil nós permanecemos deitados no "berço esplêndido" e esperando tudo da natureza.

Joachim Arouche 

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