quinta-feira, 4 de julho de 2019

Elogio da servidão e da escravidão

Por Michel Onfray

O apóstolo Paulo Masoquista expõe as ideias com as quais o cristianismo um dia triunfa. O seja, o elogio da fruição em ser submisso, obediente, passivo, escravo dos poderosos sob o pretexto falacioso de que todo poder vem de Deus e de que toda situação social de pobre, de modesto e de humilde procede de um querer celeste e de uma decisão divina. Deus bom, misericordioso, etc, quer a doença dos doentes, a pobreza dos pobres, a tortura dos torturados, a submissão dos empregados. Aos romanos que ele louva ensina muito oportunamente no seio do império a obediência aos magistrados, aos funcionários, ao imperador. Convida cada um a entregar o que é de seu dever: os impostos e as taxas aos recebedores, o temor ao exército, à polícia, aos dignitários, a honra aos senadores, aos ministros, ao príncipe...  


Pois todo poder vem de Deus e procede dele. Desobedecer a um desses homens é rebelar-se contra Deus. Dí o elogio da submissão à ordem e à autoridade.


Em Tempo:


“Um Deus que em nome de uma hipotética salvação permite que os seus filhos morram de sede, fome, de frio e sem emprego, é um Deus cruel, perverso e desalmado. O resto é hipocrisia, consolação e uma esperança vã. “Segura na mão de Deus vai”, diz uma estrofe de um hino evangélico”. (Dom Severino)      

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