Por Michel Onfray
O apóstolo Paulo Masoquista expõe as ideias com as quais o cristianismo
um dia triunfa. O seja, o elogio da fruição em ser submisso, obediente, passivo,
escravo dos poderosos sob o pretexto falacioso de que todo poder vem de Deus e
de que toda situação social de pobre, de modesto e de humilde procede de um
querer celeste e de uma decisão divina. Deus bom, misericordioso, etc, quer a
doença dos doentes, a pobreza dos pobres, a tortura dos torturados, a submissão
dos empregados. Aos romanos que ele louva ensina muito oportunamente no seio do
império a obediência aos magistrados, aos funcionários, ao imperador. Convida
cada um a entregar o que é de seu dever: os impostos e as taxas aos recebedores,
o temor ao exército, à polícia, aos dignitários, a honra aos senadores, aos
ministros, ao príncipe...
Pois todo poder vem de Deus e procede dele. Desobedecer a um desses
homens é rebelar-se contra Deus. Dí o elogio da submissão à ordem e à
autoridade.
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