terça-feira, 28 de setembro de 2021

Bolsonaro recua e passa a adotar um estilo soft

 

Bolsonaro recua e passa a adotar um estilo soft: suave, contido, flexível e brando; o que contraria sua natureza do escorpião da fábula atribuída de Esopo, admitamos! 

Por orientação do seu marqueteiro ou de alguém próximo ao presidente, o certo é que depois do 7 de setembro, quando Bolsonaro insuflou os seus fiéis seguidores a desafiarem o Superior Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional, com pedidos de fechamentos desses dois poderes, o presidente da república baixou o tom do seu discurso e passou a negar muitos dos seus arroubos. Numa entrevista concedida a revista Veja da semana passada, Bolsonaro inclusive se retrata quanto a segurança do voto eletrônico.

Essa mudança de comportamento do presidente Bolsonaro, se dá em função das últimas pesquisas de opinião pública que mostram índices de rejeição e desaprovação ao seu governo, deveras preocupante. O que essas pesquisas sugerem é que o está ruim, poderá ficar ainda pior. Essa mudança de Bolsonaro é estratégica, com o fito de melhorar a sua imagem junto ao povo brasileiro. Se vai colar, isso só o futuro dirá!

No presente momento parece que está havendo uma combinação de uma série de fatores que contribuem para a desaprovação do governo Bolsonaro, como por exemplo, as crises: hídrica, sanitária, política, institucional e econômica que se agravam a cada novo dia, com o recrudescimento da inflação, provocada pelos constantes aumentos das tarifas de energia, do gás de cozinha, dos derivados de petróleo, da taxa de juros Selic e o aumento dos índices de desemprego. Tudo isso ajuda a aumentar a desaprovação do governo Bolsonaro e a perda de musculatura política desse mesmo governo.

Muitos analistas e comentaristas políticos concordam com a opinião de que Bolsonaro esticou muito a corda e que ela tende a romper do seu lado, porque a insatisfação do povo brasileiro para com esse governo vem crescendo exponencialmente, o que lembra de ser muito difícil reverter um quadro muito caótico e que está a exigir do nosso “timoneiro” um elevado espirito público e que se ele souber interpretar a voz rouca das ruas e for um verdadeiro patriota, ao invés de buscar uma reeleição, deveria propor ao país um pacto social e político no molde do Pacto de Moncloa.

A propósito, Bolsonaro caiu na real ao admitir o óbvio: "As Forças Armadas estão aqui. Se eu der uma ordem absurda, elas vão cumprir? Não!", disse Bolsonaro. Isso é absolutamente verdadeiro, porque oficiais de alta patente das três armas não comandarão um golpe para manter no poder um capitão da reserva. Se hoje, generais, almirantes e brigadeiros batem continência para um capitão presidente da república, isso se deve ao voto popular que alçou Bolsonaro à condição de chefe do Poder Executivo (que acumula as funções de chefe de Estado e chefe de Governo). Já, num regime de exceção são outros quinhentos, como se diz na gíria!

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