sexta-feira, 7 de maio de 2010

Começou o segundo tempo da crise financeira

Dos primeiros 45 minutos da crise financeira, o Brasil conseguiu sair quase ileso, resta saber agora se o país tem munição ou preparo físico suficiente para suportar mais 45 minutos de um jogo que se resultar empatado - já é um grande resultado.

Os reflexos do desdobramento de uma crise financeira que começou em 2007, já estão se fazendo sentir cá entre nós, com a queda na Bolsa de Valores (Bovespa) e a recuperação do dólar. O clima em todo o mundo é de muita apreensão, porque hoje, qualquer crise financeira afeta o sistema financeiro mundial como o todo. Vivemos na era da globalização.

Na Europa a situação de momento é de verdadeiro pânico, com a ameaça de que países como Espanha e Portugal, seja a bola da vez. A crise em que mergulhou a Grécia e que ameaça os países da zona do euro, já preocupa as autoridades americanas. O secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, discutirá nesta sexta-feira os esforços para obter ajuda para a Grécia com os ministros das Finanças do G7, disse um porta-voz do organismo na noite de quinta-feira.

Os grandes bancos europeus estão ameaçados de falência e já começaram a revelar a sua exposição à crise grega, confirmando que estão muito comprometidos com o país e o custo deste envolvimento foi estimado em até 188,6 bilhões de dólares (141,8 bilhões de euros) no final de 2009, de acordo com o Banco de Pagamentos Internacionais.

E para complicar ainda mais essa situação, ainda vem mais notícias ruim, como essa: o respeitado economista Nouriel Roubini, conhecido por seu pessimismo, afirmou nesta quinta-feira que não se pode descartar uma implosão do euro, devido ao risco de que a crise grega se alastre por toda a Europa. Se o euro vier a implodir, quais serão as consequências para a economia mundial? Isso ele não previu.

O momento por que passa a economia mundial é de extrema gravidade, porque ela já está toda contaminada. Os EUA, por exemplo, ainda nem bem se refez da crise de 2008 e, quando começava a ensaiar um crescimento ainda tímido, eis que a Europa mergulha numa crise que ninguém sabe aonde ela vai parar.

Em Tempo:

Os governadores e os prefeitos devem começar a se preocupar desde agora, em rever os seus planejamentos, porque esse segundo tempo dessa crise financeira não vai livrar a cara de ninguém. Eu posso até está sendo muito pessimista com relação a essa crise, mas não custa nada se antecipar aos acontecimentos, para que não sejamos pegos de surpresa.

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