domingo, 27 de junho de 2010

Do Amor Constante



Em silêncio de sonho te contemplo
ainda que perto um do outro nos achemos
assim como te via noutro tempo
ainda com o espanto do adolescente

que fui que para nós voou-se o tempo
a distância nas asas dele extingue-se
iluminas como ontem minha vida
e ainda o temor de que te aproximes

Nunca ouvi tua voz o teu chamado
me chega como sempre de teus olhos
que iluminaram nossa juventude

hoje tão comovida como dantes
porque o amor a nós dois faz sempre moços
nunca hoje nem amanha depois nem antes



Pois não há tempo que nos transfigure
Os amantes são donos do segredo
que os faz atravessar pelas idades
sem noção de que é tarde ou de que é cedo

É um deslizar constante na corrente
aos olhos dos demais como parados
os amantes não passam um para o outro
por mais que longos anos são passados

O tempo deste amor foi a eternidade
não se mede com os dias transcorridos
ou com as noites de sono em cego embalo

mais do que transfluindo ele persiste
no mundo movimento igual de rumo
na vigília, no sono, no intervalo



Amor que este canto não define
porque não cabe dentro dos vocábulos
amor que para oturo se destine
que independe d everbo ou de incunábulo

Amor que por amor se comunica
com a linguagem que o outro reconhece
que a distância separa e permanece
na presença interior que sempre fica

Sem tempo sem distância assim transcorre
até sim mesmo o amor inesgotável
enquanto em derredor o mundo morre

Que importa que eu não escute o que tu cantes
que importa não te escute a fala amável
nunca hoje nem amanha depois nem antes


II
(Do Amor)
(...)



Amor que a solidão não desfigura
mas transforma em contorno de saudade
em outro plano de realidade
que me aparece flutuante e pura

Amor cujo silêncio a voz invade
de quem chega com riso e amargura
ressoando em minha alma noutra altura
acima desta humana tempestade

A distância que agora nos separa
se existe é para o mundo unicamente
que tudo só ocmpreende num lugar

enquanto o dom de amor nos leva para
onde estiver quem se ama porque ausente
só está quem não se pode mais amar



Tomara os obstáculos não vençam

o elo que nos prende neste enleio
inútil o mundo pôr-se de permeio
a dois quando um ao outro se pertençam


Os que nos verem separados pensam
tomara me causassem algum receio
porque se moro dentro do teu seio
em mim nossas almas se condensam

Aos olhares do mundo vigilantes
oporemos de fato ou de memória
cada um de nossos cálidos instantes que para eles nada prevalece
porque se a vida humana é transitória
a vida dos que se amam permanece

(...)



Amor com amor ausente causa medo
que nos seio do outro desvaneça
amor não estando junto é o degredo
amor estando perto acaso esqueça

Amor não é pensamento que se teça
sem ter consigo o fio do segredo
do ítimo rio que nos esclareça
pelo sangue por onde flui o enredo

O segredo de amor por mais que denso
para olhos alheios não resiste
a quem por causa dele perde o senso

porque se a vida não parece triste
não ´epor força de amor que nos carrega
na superfície da corrente cega?

Manoel Caetano bandeira de Mello - 1º
Em silêncio de sonho te contemplo
ainda que perto um do outro nos achemos
assim como te via noutro tempo
ainda com o espanto do adolescente

que fui que para nós voou-se o tempo
a distância nas asas dele extingue-se
iluminas como ontem minha vida
e ainda o temor de que te aproximes

Nunca ouvi tua voz o teu chamado
me chega como sempre de teus olhos
que iluminaram nossa juventude

hoje tão comovida como dantes
porque o amor a nós dois faz sempre moços
nunca hoje nem amanha depois nem antes



Pois não há tempo que nos transfigure
Os amantes são donos do segredo
que os faz atravessar pelas idades
sem noção de que é tarde ou de que é cedo

É um deslizar constante na corrente
aos olhos dos demais como parados
os amantes não passam um para o outro
por mais que longos anos são passados

O tempo deste amor foi a eternidade
não se mede com os dias transcorridos
ou com as noites de sono em cego embalo

mais do que transfluindo ele persiste
no mundo movimento igual de rumo
na vigília, no sono, no intervalo



Amor que este canto não define
porque não cabe dentro dos vocábulos
amor que para oturo se destine
que independe d everbo ou de incunábulo

Amor que por amor se comunica
com a linguagem que o outro reconhece
que a distância separa e permanece
na presença interior que sempre fica

Sem tempo sem distância assim transcorre
até sim mesmo o amor inesgotável
enquanto em derredor o mundo morre

Que importa que eu não escute o que tu cantes
que importa não te escute a fala amável
nunca hoje nem amanha depois nem antes

II
(Do Amor)
(...)



Amor que a solidão não desfigura
mas transforma em contorno de saudade
em outro plano de realidade
que me aparece flutuante e pura

Amor cujo silêncio a voz invade
de quem chega com riso e amargura
ressoando em minha alma noutra altura
acima desta humana tempestade

A distância que agora nos separa
se existe é para o mundo unicamente
que tudo só ocmpreende num lugar

enquanto o dom de amor nos leva para
onde estiver quem se ama porque ausente
só está quem não se pode mais amar



Tomara os obstáculos não vençam

o elo que nos prende neste enleio
inútil o mundo pôr-se de permeio
a dois quando um ao outro se pertençam


Os que nos verem separados pensam
tomara me causassem algum receio
porque se moro dentro do teu seio
em mim nossas almas se condensam

Aos olhares do mundo vigilantes
oporemos de fato ou de memória
cada um de nossos cálidos instantes

que para eles nada prevalece
porque se a vida humana é transitória
a vida dos que se amam permanece

(...)



Amor com amor ausente causa medo
que nos seio do outro desvaneça
amor não estando junto é o degredo
amor estando perto acaso esqueça

Amor não é pensamento que se teça
sem ter consigo o fio do segredo
do ítimo rio que nos esclareça
pelo sangue por onde flui o enredo

O segredo de amor por mais que denso
para olhos alheios não resiste
a quem por causa dele perde o senso

porque se a vida não parece triste
não ´epor força de amor que nos carrega
na superfície da corrente cega?

Manoel Caetano Bandeira de Mello - Poeta, ensaísta, advogado, nasceu em Caxias, Maranhão, em 1918. Foi membro da Academia de Letras do Maranhão.

siga no Twitter o blog Dom Severino ( severino-neto.blogspot.com) @domseverino

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