O Brasil continua tendo gargalos, quase que intransponíveis,
na opinião do político experiente José Sarney, que dias antes de anunciar o seu
apoio à candidatura do petista Luís Inácio da Silva em 2002, disse em artigo
seu publicado no jornal Folha de S. Paulo que Lula era um gargalo pelo qual o Brasil
um dia teria que passar. Agora veja o que disse José Sarney, com as suas
próprias palavras, dias depois da eleição de Lula: "O país precisava passar por esse gargalo e que, se era
para ser, que fosse logo".
O presidente do Senado José
Sarney em entrevista concedida ao jornalista Fernando Rodrigues do jornal Folha
de S. Paulo de 31/12 voltou a insistir na existência de um gargalo, só que institucional,
que precisa ser superado, mas que isso só acontecerá num regime parlamentarista,
porque em momentos crise cai o governo e a estrutura continua estável.
O político José Sarney aos
83 anos, ainda consegue fazer um diagnóstico preciso da situação do Brasil ao tocar
numa ferida aberta, que é o retorno de ex-presidentes da república a cena
política, sendo eleito para um cargo eletivo qualquer. O que o próprio José Sarney
fez ao eleger-se senador pelo estado do Amapá três vezes consecutivas.
O senador amapaense José
Sarney ao ser questionado sobre sua volta a vida pública, após ter deixado a
presidência da república, usou como justificativa para a sua permanência na vida
pública a eleição de Fernando Collor de Mello. É que forças políticas que
tinham ficado contra ele quando presidente da república passaram a ver no seu
nome, o único político com capacidade para conter a impetuosidade e a ousadia de Collor de Mello
e evitar que o país sofresse um retrocesso político. O que quase acontece.
Sobre o se apoio a candidatura
de Luís Inácio Lula da Silva em 2002 José Sarney usou um forte argumento, o fato de Lula em 1989 não tê-lo atacado pessoalmente. E afirma que
nunca saiu da sua casa para declarar apoio a Lula. Mas que Lula o procurou três
vezes em sua residência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário