São os jovens quem tem o poder de transformar o
mundo, sob a orientação e o aconselhamento das pessoas mais velhas. É que os
jovens têm a energia e a ousadia, própria da juventude, o que o ser humano perde com o decorrer dos anos e pela perda do vigor físico.
Os jovens, quando aliam disposição com ideologia, reúnem
duas forças motivadora e transformadora num mesmo corpo. Nas grandes revoluções mundiais,
se eram as pessoas mais velhas a comandarem as ações na retaguarda, quem se
apresentava na linha de frente, no campo de batalha eram os jovens - com os
seus ideais, suas forças físicas, disposição é fé numa causa.
Qualquer pessoa que tenha tido um passado de
participação nas lutas pela redemocratização do país e nas lutas populares, compreende
os jovens que fazem parte do movimento Black Bloc. Um movimento que mistura
anarquismo com socialismo. Observem que eu disse compreende, mas não disse que
concordo com tudo que esses jovens revolucionários fazem, como por exemplo, destruir
patrimônios que foram construídos com grandes sacrifícios, como bancas de
revistas, lojas e bens públicos.
Parar o trânsito é uma forma legitima de
protestar, mas sem depredar, queimar ou destruir os transportes de massa. Apelar
para todo tipo de ação que ajude a fortalecer o movimento e sirva com uma forma
de convencimento é legitimo, mas sem apelar para o uso da violência, a não ser para se proteger, mas preferindo
sempre usar a força do convencimento pela argumentação e persuasão.
Eu tenho uma filha a quem apresentei as ideias
socialistas e progressistas. Hoje ela transita pelo mundo da esquerda, enquanto
que me posiciono mais ao centro, porque com os anos eu passei a conhecer os homens,
os políticos, a atração irresistível do poder e a sua capacidade de adequar os
homens às suas razões. Hoje eu tento convencê-la de que o socialismo só vale
enquanto teoria, mas que,na prática, invariavelmente ele se transforma em
regimes de força, de opressão e ausência de liberdade. Em regimes onde o homem
via de regra é literalmente esmagado pela máquina governamental. Mas ela não dá
ouvidos a minha experiência, mesmo entendendo alguns caminhos equivocados tomados pela esquerda em várias parte do mundo, e eu acabo sempre sucumbindo a sua força argumentativa, dados inquestionáveis e pelo que sempre mais me identifiquei na esquerda, que é o olhar voltado para os mais pobres. Talvez sejamos no fundo mais de esquerda do que a esquerda de fato é, hoje em dia.
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