terça-feira, 6 de janeiro de 2015

O Piauí é um estado bastante singular

As secretarias consideradas jóias da coroa do governo estadual são vistas como trampolim para os seus secretários fazer carreira parlamentar

Hoje um site de Teresina traz como uma das suas manchetes principais, uma notícia dando conta de que mais um membro da família Fonteles de origem cearense ocupa um importante cargo no terceiro governo do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado do Piauí, em menos de duas décadas.

O PT que passou quase 30 anos condenando os políticos tradicionais, as velhas oligarquias e políticos como Paulo Maluf, José Sarney, Hugo Napoleão, Renan Calheiros, Jader Barbalho Alberto Silva (já falecido), como sendo responsáveis pelo nosso atraso secular ao chegar ao poder adotou e ampliou as mesmas praticas.

No Piauí, um estado que em duas décadas pela terceira vez está sendo governado por Wellington Dias, o único critério que vem sendo usado para a escolha de secretários e assessores do segundo e terceiro escalões é o da amizade, do companheirismo, do compadrio, do partidarismo e familiar.

O secretário da Fazenda Nazarenos Fonteles Júnior é considerado pelos piauienses como um verdadeiro gênio, porque em três anos conseguiu transformar o seu colégio num dos mais badalados do Piauí, o que o saudoso Marcílio Flávio Rangel de Farias não conseguiu em menos de 20 anos com o Dom Barreto.

A propósito: as secretarias consideradas as jóias da coroa do estado do Piauí, por serem as que lidam com mais dinheiro são todas comandas por parentes de Sua Excelência o governador, um amigo fraterno ou uma pessoa como disposição para servir incondicionalmente. Nos dois primeiros governos de Wellington Dias, o atual deputado federal Assis Carvalho foi diretor do DETRAN e secretário de Saúde. Isso explica parte da tradição deste estado ser governado por clãs, por amigos, parentes e ‘aderentes’. Desse jeito, o Piauí nunca deixará de ser o último vagão da locomotiva chamada Brasil, um lugar onde o mérito, a eficiência e a competência não passam de lindas figuras de retóricas. Em tempo: quem de fora do ambiente doméstico dos governos municipal e estadual que quiser se dar bem no estado do Piauí precisa fazer um curso intensivo de adulação e puxa-saquismo. Isso é praxe por aqui. Zé Filho não ousou tanto.

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