sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Sintonia Fina

 

Bolsonaro pretende usar o voto impresso, numa eventual derrota em 2022, como álibi para justificar sua derrota, como fez o seu guru, o ex-presidente Donald Trump que ao perder a eleição nos EUA arquitetou um plano arriscado que foi incentivar os seus apoiadores a invadirem o Capitólio, um fato que ao ser consumado resultou na morte de vários policias. O presidente Donald Trump que havia acumulado sucessivas derrotas judiciais nas suas tentativas de reversão dos resultados eleitorais em estados como Geórgia e Pensilvânia. Se a estratégia de Donald Trump não deu certo lá nos EUA, dificilmente dará certo no Brasil.

 

Fux vai cobrar independência do PGR Aras 

 

A reunião entre Fux e Aras, programando para o dia de hoje, foi convocada pelo presidente da Suprema Corte, para cobrar independência do procurador-geral da república (PGR), quanto ao Poder Executivo, o que Augusto Aras não vem conseguindo devido ao fato de que a escolha de Aras como PGR, foi uma escolha pessoal do presidente Bolsonaro que ao escolhe-lo, contrariou a eleição com votos dos subprocuradores que elegeram uma lista tríplice que nos governos anteriores, o nome escolhido pelo presidente, sai dessa lista. Uma lista que Bolsonaro ignorou olimpicamente.

 

Lira não ousará levar para ao plenário decisão sobre a PEC do voto impresso

 

Após as reações bastante enfáticas do ministro do STF, Luiz Fux, de parte considerável do PIB, a derrota humilhante para o governo, após comissão especial da Câmara Federal ter rejeitado na noite de ontem o substitutivo apresentado pelo seu relator, o deputado federal Felipe Barros (PSL-SP), dificilmente Arthur Lira ousará levar a decisão sobre a PEC do voto impresso, porque ele e o governo que ele defende, poderão sofrer uma humilhação ainda maior. Principalmente, após as reações do STF de empresários graduados.

Leiam agora as manifestações de dois grandes empresários brasileiros, sobre o posicionamento do presidente da república num momento particularmente difícil por que passa esta nação. Um momento que está a exigir espírito, desarmamento de espíritos, pacificação e união nacional.

Um dos signatários, Guilherme Leal, da Natura, disse para O Globo:

“A sociedade precisa se manifestar em alto e bom som. Não se discute eleição. Cumpre-se o que está na legislação. A sociedade precisa se manifestar de forma enfática para defender o Estado democrático de Direito. Infelizmente, é um momento inédito. Fui para a rua no movimento das Diretas Já e vivi os tempos escuros da ditadura, sei o valor que tem a democracia. Ela não vem de graça e precisa ser resguardada. Mas ela vem explicitamente sendo colocada em dúvida. Toda hora se fala de ‘dentro e fora de linhas’. Isso é uma ameaça a que a sociedade não pode aceitar e precisa se manifestar com clareza.”

José Olympio, do Credit Suisse, concordou:

“Minha sensação é de que estamos igual ao sapo na panela. A temperatura está aumentando e a sociedade e os mercados estão fingindo que nada existe. Isso é muito grave. Temos que pular enquanto é tempo. Não podemos assistir calados. É preciso dar um basta e esvaziar esse balão antes que a crise se forme. A situação é mais séria do que o que está refletido nos mercados e isso tem a ver com um cenário externo muito favorável. Estou preocupado com o ano que vem. Podemos ter uma bagunça. Não acredito que vamos ter golpe ou que as Forças Armadas vão tentar algo fora da caixa. Mas podemos ter muita confusão e radicalização e isso é muito ruim.” Com o site O Antagonista.

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