sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Sábias palavras, essas de GENU MORAES

Genu Moraes ao lado do seu pai, o maranhense Eurípedes Aguiar
“Sai governo, entra governo e a única coisa que muda no Piauí são as colunas sociais. Mudam, portanto, apenas os personagens”. (Genu Moraes

Quanta sabedora numa simples frase. O Piauí não muda, porque nós não mudamos. Nós continuamos engrossando o coro dos contentes e elogiando muito mais do que exercitando o espírito crítico. No Piauí um militar no simples exercício das suas funções é motivo de bajulação por parte de locutores na forma de agradecimento. É como quem diz: eu elogio para que essa autoridade me proteja ou dessa amizade eu possa tirar partido. Acaba não mundão, para usar um bordão bem ao gosto do jornalista Arimatéia Azevedo.

O Piauí é hoje nacionalmente conhecido como a ‘terra dos agrados’. Aqui todo mundo é pródigo em agradar, sobretudo ao estrangeiro que chega falando manso, mas quando melhora de situação, torna-se arrogante e prepotente. Duas qualidades que o sujeito sempre carregou, mas camuflou por um tempo para enganar os incautos e simples.

A propósito: o saudoso Donizete Adalto dos Santos (o autor dos livros Rasgando a Fantasia e Anorgasmia), sempre atribuía ao seu modo de falar o enorme sucesso que fez neste estado, onde ganhou muito dinheiro e namorou filhas da elite piauiense. Ele uma pessoa humilde do interior do Paraná, mas que impressionava muito, por desfilar pelas ruas do Piauí em carros importados, sempre muito bem vestido (usando terno e gravata) o que os apresentadores piauienses copiaram. Outra contribuição de Donizete Adalto ao jornalismo piauiense foi à valorização dos salários dos apresentadores de TV. Antes de Donizete Adalto aparecer no vídeo em Timon (na antiga TV Timon transformada em TV Meio Norte), os apresentadores piauienses se apresentavam no vídeo em mangas de camisa e percebiam salários aviltantes. Hoje todo locutor no Piauí usa terno e gravata num ambiente, aonde o calor chega fácil aos 40 graus e são bem remunerados.

O locutor Silas Freire até hoje imita Donizete Adalto na maneira de se expressar. Ele copia até hoje esse jornalista assassinado brutalmente no Piauí. Às vezes Silas Freire esquece e volta a falar como piauiense.

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