“Quanta injustiça e quanta maldade o ditador não faz por apego e
manutenção do poder!”. (Tomazia Arouche)
É inegável que o ex-ditador
Fidel Castro, falecido ontem em Havana, Cuba é um ícone da esquerda mundial. Muito
mais pela sua coragem e instinto de sobrevivência, ao desafiar 11 presidentes
norte-americanos, que sempre o viram como uma espinha atravessada na garganta da mais rica e poderosa nação do
mundo, do que pela influência do regime cubano sobre países que lutavam pela
sua independência, onde Cuba fracassou em todas as suas tentativas de exportar
sua revolução.
No primeiro momento, o
regime cubano de inspiração comunista, foi visto com muita admiração e respeito
pelos povos subdesenvolvidos da América do Sul e da África, mas passado algumas
décadas desse governo ditatorial e dominado por uma única família, uma parte do
mundo que antes admirava a revolução cubana, passou a desconfiar de um regime
violento que mata os seus dissidentes, contra revolucionários e que se
transformou numa prisão do tamanho da ilha de Cuba, onde as pessoas são
vigiadas e são obrigadas a exaltar a figura do seu ditador e “salvador da
pátria”. Se assim não fosse, milhares de cubanos não teriam morrido nas
masmorras desse regime cruel e impiedoso e na travessia dum mar infestado de
tubarões em busca de liberdade e vida digna nos EUA, o que quase sempre
resultava em morte por afogamento ou morte por ataques de tubarões famintos.
Embora o mundo inteiro
reconheça os significativos avanços da República de Cuba nos campos da educação
e da saúde, esses ganhos e conquistas não justificam e legitimam uma ditadura
que já dura mais de 57 anos e que não dá sinais de que irá mudar de mãos e
mudar de regime. Cuba passou das mãos de Fidel Castro para as mãos do seu irmão primogênito, Raul Castro, que já
anunciou que renunciará ao comando do governo em 2018, mas ninguém sabe quem
irá sucedê-lo, se um novo membro da família Castro ou um dos membros do
politiburo cubano. Sendo que a primeira opção é a mais provável.
O regime cubano que serviu
de inspiração para a esquerda brasileira, é um dos poucos regimes comunistas ainda
na face da terra, limitando-se à República Popular da China, ao Vietnam, à Coréia
do Norte e à própria Cuba. No Vietnam e na China, um tanto quanto desfigurado,
por um sistema hibrido de economia, onde a economia de mercado convive
harmoniosamente com um sistema de livre iniciativa. O que está levando esses
dois países, cada vez mais a avançar no modelo de economia capitalista, o que
Cuba já deu seus primeiros passos e a Coréia do Norte continua resistindo.
A propósito, os
revolucionários brasileiros que lutaram contra o regime militar, queriam
implantar no Brasil um governo inspirado no regime cubano, o que se tivesse
acontecido, o Brasil hoje estaria vivendo uma situação comparada à de Cuba,
onde o povo embora reconheça os avanços citados acima, dizem preferir um país
onde a liberdade de expressão e locomoção não passe de figura de retórica.
Por mais que queiramos ser condescendentes
com o regime cubano, não podemos esquecer que esse regime é controlador,
centralizador e por conseguinte ditatorial e comandado por uma única família.
A história não absolverá
Fidel Castro e Raul Castro.
Por Anthony-Isaac Silvestre de Sacy Souza
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