Definitivamente, o hit do
Carnaval de 2017 foi de uma drag queen. Aos 22 anos, a maranhense Pabllo Vittar
brilhou e muito: colocou todo mundo para dançar com “Todo dia” e cantou ao lado
de Daniela Mercury e Anitta. Conheça mais a cantora que, além de ser o mais
novo fenômeno da música, tem empoderado multidões
POR
RENATO GONÇALVES; FOTOS: FRANCISCO CEPEDA/AGNEWS, FILIPE REDONDO/ÉPOCA
A
carreira de Pabllo Vittar, dona de uma voz marcante, é meteórica.
Começou oficialmente no Pabllo Vitar: “A música empodera as pessoas”final de
2015 com a música “Open Bar”, gravada e lançada na internet de forma totalmente
independente. Os fãs não demoraram a surgir e logo Pabllo lotou casas noturnas
Brasil afora, atuou em um clipe da cantora Luiza Possi (“Insight”) e
passou a fazer parte, há duas temporadas, da banda do programa Amor e Sexo,
comandado por Fernanda Lima.
Em 2016,
seu primeiro disco, Vai Passar Mal, repleto de hits, como “Todo dia” e
“Nêga”, coroou a sua estreia: já na primeira semana era o segundo disco mais
baixado no iTunes, plataforma digital de música. Os três videoclipes de Pabllo
Vittar já somam, juntos, mais de 20 milhões de visualizações no YouTube - marca
difícil de ser conquistada por artistas que não possuem o apoio de grandes
gravadoras. “Eu não esperava esse boom todo”, diz ela, ainda tentando
dimensionar sua repercussão. “‘Todo dia’ tocou em diversos bloquinhos por onde
passei. Até amigos que estavam no exterior durante o Carnaval me falaram que
ouviram a música nas festas de lá”.
Por trás
de tanto brilho, existe uma história de superação. Em um dos países mais
intolerantes a pessoas trans, ser uma cantora drag queen não é nada fácil e
acaba sendo uma forma de resistência. “É muito chocante, até hoje, ler que
mataram alguém por conta da sua sexualidade, mas, ao mesmo tempo, essa
realidade me dá coragem para poder encorajar as outras pessoas”, afirma,
consciente de seu papel enquanto artista. “A música empodera as pessoas”,
complementa ela, que começou a cantar aos 5 anos de idade, quando ainda morava
em Santa Inês, interior do estado do Maranhão. “Eu pedia para minha mãe me
levar na igreja só para cantar”. Aos 18 anos, descobriu a cultura drag e,
daquele instante em diante, crescia a Pabllo Vittar, que hoje capricha no make
e na voz.
Quem
acompanha suas redes sociais ou assiste aos seus shows logo percebe que, de
fato, a música de Pabllo tem transformado a vida de muitos jovens LGBT.
“Através da minha música, eles conseguiram se aceitar, são mais felizes com a
família e correm atrás de sonhos que tinham deixado para trás”.
De onde a
drag queen tira tanta força? Pabllo ensina que é da auto aceitação. “A partir
do momento em que você sabe quem você é, as outras pessoas não vão te
derrubar”, diz ela. “Se a força não vier de você, ela não virá de mais
ninguém”, completa.
Pabllo
Vittar não está sozinha na missão de empoderar as pessoas. Novos artistas LGBT
têm brilhado dentro e fora dos palcos. As mulheres trans Assucena Assucena
e Raquel Virgínia, da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, têm rodado o
país com o show Mulher, desde 2015, e, mais recentemente, lançaram a
campanha “Nós existimos”, para dar visibilidade às travestis e às pessoas
trans. Liniker, Mc Linn da Quebrada e Rico Dalasam – com
quem Pabllo divide a música “Todo dia” – são também alguns dos nomes que fazem
parte deste momento que a drag queen considera “incrível e importante”.
Com tudo
o que já conquistou, Pabllo Vittar quer mais. “Quero fazer tudo o que eu sempre
quis fazer e chegar ainda mais longe”, vislumbra. Para aqueles que ainda não a
conhecem, ela deixa o seu recado: “Sou uma pessoa que só quer amar e ser livre
do jeito que eu sou.” Conteúdo da revista QUEM
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