Já existe uma consciência nacional de que é preciso renovar o
nosso espectro político e que não há esperança de mudança, pra melhor é claro,
com a nossa classe política que está no poder.
Essa consciência existe, mas como mudar ou renovar a política
brasileira, se não existe no nosso horizonte, nenhuma liderança jovem com o
perfil de estadista, de alguém com capacidade para liderar um processo de
mudança radical, capaz de promover uma ruptura com o velho, o antigo e com os
caciques e os coronéis da política nacional?
O Congresso Nacional, as assembleias estaduais e as câmaras
municipais, a cada nova eleição trocam de caras, mas não trocam de DNA, pois
ocorre que essa troca, via de regra, se dá no âmbito familiar, com o filho do
senador tal e o filho do deputado tal, substituindo seus pais no Senado, na
Câmara Federal, na Assembleia Legislativa e na Câmara municipal. Esse fenômeno
se dá na forma da troca de seis por meia dúzia. O que significa dizer que tudo vai
permanecer como antes no quartel de Abrantes, eleição após eleição.
Não é preciso ser um cientista político, sociólogo ou um
jornalista político, para entender que dessa forma não acontece mudança de
verdade. Mudança de conteúdo e de propósitos.
Agora, o é que mais desanimador é chegarmos à conclusão definitiva
de que não existe mudança possível com políticos viciados em poder, pragmáticos
e fisiologistas.
Querem um exemplo prático de como é a política nacional? É fácil
explicar dando um exemplo: não vamos longe e nem buscar um exemplo no passado,
basta conhecer a trajetória política da deputada federal Cristiane Brasil
(PTB-RJ), filha do mensaleiro e ex-deputado federal Roberto Jefferson, que por
se considerar impedido pela Lei da Ficha Limpa, lançou sua filha como candidata
a deputada federal, para ocupar o seu lugar no Poder Legislativo federal. O
resto dessa história o país inteiro conhece.
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