“Nas sociedades subdesenvolvidas, as mulheres pobres funcionam como
muletas, soníferos e tranquilizantes para homens velhos. Essas são as mulheres
cuidadoras, via de regra, mulheres jovens que se casam ou se amancebam, por
extrema necessidade, com homens idosos para os quais elas não passam de
acompanhantes de luxo. Essas mulheres pagam um preço muito alto por serem
obrigadas a dormir e acordar ao lado de verdadeiros fardos humanos. Geralmente,
homens com idades muito avançadas e que perderam os seus filhos, ex-mulheres e
até parentes próximos. Mulheres que se submetem a esse tipo de serviço, não tem
dignidade e amor próprio. O dependente é lógico, não tem do que reclamar,
porque ele paga pelos serviços prestados e ainda goza da companhia de uma
mulher jovem. A mulher politicamente consciente e que tem dignidade não se
submete a ser depósito de esperma e muleta de homens. Para as mulheres
cuidadoras só existe salvação e redenção no feminismo”. (Tomazia Arouche)
Neste dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, existe motivos
para que as mulheres comemorem ou é mais um dia dedicado à reflexão e sua
conscientização? A segunda hipótese parece ser a mais verdadeira, sobretudo,
nos países atrasados e subdesenvolvidos, onde as mulheres ainda são usadas como
objetos de prazer, objetos decorativos e um ser despersonalizado.
Muito já se escreveu sobre o processo emancipatório da mulher, mas
ninguém, conseguiu escrever com mais propriedade sobre a luta da mulher em todo
mundo - em defesa dos seus direitos civis, como a escritora e militante feminista,
a norte-americana Ângela Davis que colocou na pauta de discussão dos direitos
das mulheres, assuntos considerados tabus até então, como o aborto, dupla
jornada de trabalho, isonomia salarial e estrupo. A propósito, o ato sexual quando praticado de
maneira não consensual, acaba sendo um estrupo.
Embora as mulheres a partir da segunda metade do século XX tenham
conseguido avançar na sua luta pela sua emancipação política, ainda há um longo
caminho a percorrer, com efeito, as mulheres ainda são sacrificadas numa
sociedade predominantemente machista, onde as mulheres continuam enfrentando
uma dupla jornada de trabalho, sendo estupradas até mesmo no ambiente
doméstico, toda vez que se negam a fazerem amor com os seus maridos ou amantes
e percebem salários menores. O feminicídio, via de regra, é uma consequência da
rejeição dos homens pelas mulheres que não aceitam serem usadas pelos seus
companheiros.
A maternidade continua sendo um problema muito sério para as
mulheres, uma vez que o mercado de trabalho descarta mulheres gravidas e até
mesmo mulheres casadas que em tese podem engravidar a qualquer momento. Isso é
um fator de discriminação no mercado de trabalho.
Nos últimos nove anos consecutivos, a Islândia tem liderado o
ranking do Fórum Econômico Mundial sobre os países onde há mais igualdade de
gênero - atrás dos islandeses estão Noruega, Finlândia, Ruanda e Suécia.
A Islândia é o país com o índice mais alto de
igualdade de gênero do mundo, de acordo com o ranking do Fórum Econômico
Mundial de 2015.
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